PCE dos EUA avança em linha com as projeções do mercado

estados unidos
por Benndorf Research

 

O PCE Price Index avançou 0,3% em dezembro, maior alta desde abril mas em linha com as expectativas do mercado. Na comparação anual, o índice teve alta de 2,6%, acelerando em relação aos 2,4% anteriores e atingindo a máxima desde maio. Já o núcleo do PCE teve altas de 0,2% e 2,8%, sendo que a variação anual continuou estável pelo terceiro mês consecutivo.

A variação mensal do PCE pode ser atribuída principalmente à energia (2,7%), que teve forte avanço no último mês do ano em um provável reflexo da alta demanda e período de festas. Além disso, os serviços (0,3%), bens (0,2%) e alimentos (0,2%) também contribuíram positivamente.

Em relação a dezembro de 2023, os serviços (3,8%) continuam com a maior variação e são acompanhados dos alimentos (1,6%). Os bens apresentam estabilidade no período e a energia recuou 1,1%, acelerando bastante em relação à taxa de -4% que havia sido registrada em novembro.

Além disso, a renda pessoal cresceu em US$ 92 bilhões (0,4%), a renda pessoal disponível avançou US$ 79,7 bilhões (0,4%) e as despesas pessoais com consumo aumentaram US$ 133,6 bilhões (0,7%), superando as projeções do mercado.

O aumento da renda pessoal é resultado do aumento dos salários. O aumento de US$ 133,6 bilhões das despesas com consumo pode ser dividido entre US$ 78,2 bilhões em despesas com serviços e US$ 55,4 bilhões em despesas com bens. Do lado dos serviços se destacaram a habitação e serviços públicos (US$ 29,8 bilhões) e os serviços de transporte (US$ 25,9 bilhões). Já entre os bens se sobressaíram a gasolina e outros bens energéticos (US$ 21,8 bilhões) e alimentos e bebidas (US$ 11,3 bilhões).

Seguimos observando uma inflação persistente na economia americana, mas também é preciso ressaltar que há impacto da demanda de fim de ano no item energia, que deve se dissipar nesse início de 2025 e com as medidas de Trump que visam incentivar a indústria petrolífera. Por outro lado, a estagnação do núcleo do PCE mostra a alta demanda dos americanos, como é espelhado no índice de despesas pessoais com consumo, e esperamos que esse comportamento continue no curto prazo, mas projetamos desaceleração no médio prazo em função da políticas inflacionárias do novo governo e do FED hawkish. Dito isso, não antecipamos grandes alterações nas curvas de juros futuros e o FED deve continuar cauteloso, principalmente diante das críticas de Trump à autarquia e do impacto que as políticas de deportação e tarifas sobre outras nações terão sobre a inflação americana.

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