por Benndorf Research
Os serviços brasileiros registraram queda de 4 pontos no PMI, colocando o mesmo em 47,6 pontos, marcando a primeira contração do setor desde setembro de 2023 e o recuo mais acentuado desde abril de 2021.
O fluxo de novos negócios caiu em meio ao enfraquecimento da demanda, encerrando uma sequência de 16 meses de expansão. Transporte, Informação e Comunicação lideraram os ganhos de produção e vendas, enquanto Finanças e Seguros apresentou recuo.
Ademais, os custos de insumos dispararam na velocidade mais rápida em 2 anos e meio, puxados pela desvalorização do real frente ao dólar, preços internacionais mais altos e uma demanda doméstica inflada, fatores que também levaram a inflação de preços de venda para o maior patamar desde julho de 2022.
Já o otimismo em relação a 2025 melhorou da mínima de 43 meses que havia sido computada em dezembro, com algumas empresas esperando uma recuperação causada pelas melhores tendências de demanda e condições econômicas. Apesar do aumento dos custos e um nível de confiança ainda mais deprimido, as empresas aumentaram marginalmente suas contratações pelo terceiro mês seguido.
Embora certamente tenha um impacto sazonal natural no resultado de janeiro, a contração do setor de serviços em ritmo recorde é um possível sinal de desaceleração econômica causada pela deterioração do cenário nacional e internacional, marcado por juros altamente restritivos, retomada da inflação, risco fiscal e guerras comerciais. Se por um lado a recuperação do real frente ao dólar nas últimas semanas deve aliviar parcialmente a pressão sobre a inflação, por outro ainda temos perspectivas de desaceleração para a economia brasileira em 2025, o que deve pesar sobre o setor de serviços, embora esse possa permanecer mais resiliente já que possuem um menor valor agregado no geral.