A WEG [WEGE3] fechou em alta de 3,59% após firmar uma parceria estratégica com a Petrobras [PETR3;PETR4] para desenvolver um aerogerador onshore de 7 megawatts – primeiro deste porte a ser confeccionado no Brasil.
Petrobras ON [PETR3] e PN [PETR4] recuaram 1,30% e 1,49%, respectivamente.
De acordo com fato relevante divulgado pela WEG, a petrolífera irá investir cerca de R$ 130 milhões nos próximos 25 meses no projeto, em acordo que abrange desenvolver tecnologias de produção dos componentes do aerogerador – adequados às condições eólicas brasileiras –, além de construir e testar um protótipo com contrapartidas técnicas e comerciais para a Petrobras.
O documento também sinalizou que a parceria prevê a “colaboração na avaliação da cadeia de suprimentos e logística para a geração de energia eólica offshore no Brasil”.
O analista da Eleven Financial Felipe Ruppenthal afirma que o acordo tem impacto mais positivo para a WEG, já que pode gerar um produto inovador para a empresa, além de atribuir muito valor ter uma parceria com uma empresa do porte e capacidade financeira da Petrobras.
João Abdouni e Christian Oliveira, analistas da Levante, indicam que o movimento também pode trazer capital e tecnologia para que a WEG aprimore seus produtos e processos, principalmente em um cenário em que o segmento está se adaptando para lidar com pás eólicas cada vez maiores.
Os analistas também vêem uma melhora nas perspectivas de faturamento de energia eólica da empresa.
Para a Petrobras, o objetivo seria diversificar o portfólio, visando um futuro – distante – em que o petróleo tenha menor relevância no mercado, disseram João e Christian.
Felipe sinalizou que outro motivo seria o desejo da estatal de ampliar seus investimentos em energia renovável para diminuir sua pegada de carbono.
Recomendação para WEGE3 e PETR4
O analista técnico da Benndorf Research Filipe Borges afirma que WEGE3 está em consolidação, isto é, sem tendência, após sair da região dos R$ 35,21, o qual seria o melhor ponto para compras no ativo.
Hoje o papel tem movimentação de alta, com o papel sendo cotado em cerca de R$ 37,20. No momento atual, o analista não enxerga um bom ponto de entrada no papel por não apresentar um risco-retorno tão vantajoso.
Para quem já está posicionado na ação, Filipe indica um stop nos R$ 35,82, para proteger a operação, uma vez que o ativo deve apresentar um candle com volume acima da média no gráfico de hoje.
Caso o investidor deseje manter a operação por mais tempo, ele sugere um stop abaixo dos R$ 34,80.
Já o alvo seria no topo da consolidação nos R$ 41,80.
Em PETR4, Filipe analisa que o papel atingiu um alvo de um pivô do gráfico diário na região dos R$ 33,70 e vem há cinco dias negociando entre este valor e R$ 33,30.
O analista afirmou que a ação aparenta querer romper a região de suporte, o que pode levar a uma correção para montar um novo pivô de alta.
Por outro lado, em caso de fechamento abaixo dos R$ 33,20, no curto prazo, ele disse que encerraria a posição ou pelo menos reduziria, aguardando uma correção nos R$ 31,15 para realizar novas compras, já que o ativo segue com um pivô de alta no gráfico semanal, com alvo principal nos R$ 40,00.
Melhora para WEG?
Apesar do apelo positivo do acordo, Felipe não enxerga que o fator, por si só, promoveria melhorias nos fundamentos de WEG.
Além disso, os analistas da Levante projetam que o segmento de geração, transmissão e distribuição (GTD) de energia da empresa no brasil deve seguir com vendas mais fracas por conta da recuperação gradual do setor de energia solar.
Por outro lado, o contrato representa para WEG uma redução de risco no desenvolvimento de turbinas mais complexas, além de acelerar o projeto já em andamento de sua turbina de 7 MW, a qual se tornará a de maior capacidade da companhia.
“Adicionalmente, a colaboração na avaliação da cadeia de suprimentos e logística do setor de geração de energia eólica offshore no Brasil permite à Weg adquirir insights valiosos para avaliar uma possível entrada no mercado offshore”, completaram.