Desemprego americano aumenta e salários crescem menos

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O payroll oficial dos Estados Unidos registrou a criação de 186 mil novos empregos em agosto, superando as projeções do mercado de 170 mil. Apesar disso, a taxa de desemprego cresceu 0,3 p.p. e foi a 3,8%, nível ainda muito sólido e que indica pleno emprego, mas também uma deterioração considerável em relação aos últimos números.

Além disso, o resultado de julho foi revisado para baixo e passou de 187 mil para 157 mil. Em agosto, tanto o número de pessoas desocupadas de curto prazo (menos de 5 semanas) como o de longo prazo (mais de 5 semanas) avançaram.

Os desempregados de curto prazo foram a 2,2 milhões, enquanto os desempregados de longo prazo atingiram 1,3 milhão. Os desempregados de longo prazo representam 20,3% do total de pessoas sem emprego. No mais, os desalentados permaneceram praticamente inalterados em 5,4 milhões. Essas pessoas não entram no cálculo como desempregados, visto que não procuram empregos ativamente, algo que indica um aumento “real” do desemprego e não estimulado pela diminuição dos desalentados.

Entre os segmentos que mais criaram vagas em agosto, destacam-se os cuidados médicos (71 mil), lazer e hospitalidade (40 mil) e assistência social (26 mil).

Entre as quedas se sobressaem o transporte e armazenagem (-34 mil) e o setor de informação (-15 mil). Na informação, vale destacar a redução de 17 mil empregos nas indústrias de gravação de filmes e som, espelhando as greves recentes de atores, roteiristas, diretores e outros profissionais do ramo contra o avanço da inteligência artificial na indústria.

No mais, outras grandes indústrias ficaram tiveram poucas alterações, incluindo a mineração, extração de petróleo e gás e indústria. Em agosto, o ganho médio por hora teve alta de 0,2% entre meses e 4,3% entre anos, ambos marginalmente abaixo das projeções do mercado e desacelerando em relação ao resultado de julho.

Apesar do payroll ter superado as expectativas mais uma vez, há uma desaceleração na criação de empregos em relação aos números do primeiro semestre. A alta do desemprego e a desaceleração dos salários observadas são bons indicadores dessa perda de ritmo e podem confirmar a tese caso se consolidem no próximo resultado.

Dito isso, como o FED não terá o luxo de aguardar por uma nova atualização do payroll até a reunião de setembro, entendemos que o banco central americano optará por manter as taxas de juros estáveis, ao menos por enquanto, frente às indicações de perda de ritmo na atividade econômica e no mercado de trabalho, fatores que contribuem para minimizar as pressões inflacionárias.

O resultado do payroll e as expectativas crescentes de manutenção dos juros devem impulsionar os ativos americanos nas próximas semanas. 

 

[Fonte: tradingeconomics.com/U.S. Bureau of Labor Statistics]

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