O PMI de Serviços da Zona do Euro recuou 3 pontos em agosto e foi a 47,9, mínima de 30 meses e entrando em território contracionista pela primeira vez desde dezembro do ano passado. O PMI Composto caiu 1,9 ponto para 46,7, mínima de 33 meses. As quatro maiores economias do bloco registraram quedas, com destaque para França e Alemanha.
O volume de novos negócios recuou pelo segundo mês seguido, e no ritmo mais acelerado desde fevereiro de 2021. Assim como foi no indicador geral, França e Alemanha lideraram as quedas.
Ademais, a demanda externa por serviços caiu pelo terceiro mês consecutivo e a uma taxa mais rápida. A desaceleração da demanda levou os prestadores de serviços a adotar um comportamento mais cauteloso e reduzir as contratações, que cresceram na menor velocidade desde fevereiro de 2021. Embora o nível de atividade tenha caído, os preços dos insumos cresceram na velocidade mais rápida em três meses, que também supera a média de longo prazo da série.
Dito isso, as pressões de custos permanecem bem abaixo dos recordes históricos vistos em 2022. A inflação de preços cobrados por serviços caiu para o menor valor em 23 meses, mas permaneceu bem elevada na Alemanha. Finalmente, as expectativas dos negócios para os próximos 12 meses permaneceram positivas, mas ficaram inalteradas na mínima de 2023.
A decadência dos serviços europeus é o último sinal de que os países do bloco caminham em direção a uma recessão no início de 2024, já que a indústria está em contração há vários meses. Essa conjuntura dificulta o trabalho do BCE e gera bastante dúvida sobre a possibilidade da autoridade monetária pausar os avanços dos juros na reunião de setembro, algo que provavelmente será interpretado como positivo pelos mercados internacionais.
Entretanto, como a inflação é muito resistente e segue distante da meta, ainda consideramos a possibilidade de um novo ajuste. De todo modo, a desaceleração europeia deve contribuir para reduzir o preço das commodities, ajudando a conter a inflação.
