A taxa de desemprego brasileira foi de 8,1% no trimestre móvel encerrado em novembro de 2022, recuando 0,8 p.p. frente ao trimestre anterior (junho a agosto) e 3,5 p.p. frente ao mesmo período de 2021 (11,6%). Essa é a menor taxa de desocupação desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2015.
A população desocupada foi de 8,7 milhões no trimestre finalizado em novembro, representando quedas de 9,8% frente ao trimestre anterior e 29,5% na comparação anual, atingindo o menor contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2015. Já a população ocupada renovou seu recorde histórico ao avançar 0,7% entre trimestres para 99,7 milhões. O nível da ocupação é estimado em 57,4%, um ganho de 0,3 p.p. frente aos três meses anteriores.
No período, a taxa composta de subutilização caiu 1,6 p.p. frente ao trimestre anterior para 18,9% e 6,1 p.p. no ano (25%). Além disso, a população subutilizada recuou 8,4% t/t para 21,9 milhões, enquanto a população desalentada contraiu 4,8% para 4,1 milhões.
Ademais, o número de empregados com carteira assinada no setor privado foi de 36,8 milhões, subindo 2,3% frente aos três meses anteriores e 7,5% ante mesmo período de 2021. Por outro lado, o número de empregados sem carteira assinada permaneceu estável no recorde histórico de 13,3 milhões, número 9,3% maior que o registrado nos 12 meses anteriores. A taxa de informalidade foi de 38,9% ou 38,8 milhões de pessoas, desacelerando dos 39,7% do trimestre encerrado em agosto.
Por último, o rendimento real habitual cresceu 3% entre trimestres e 7,1% entre anos e chegou a R$ 2.787. A massa de rendimento real habitual (R$ 273 bilhões) renovou o recorde da série histórica após avançar 3,8% no trimestre e 13% no ano.
A continuação da tendência de queda do desemprego é positiva para a economia brasileira, mas acreditamos que o indicador deve perder ritmo e até retomar a alta nos próximos meses, visto que a taxa de desocupação é calculada por trimestres móveis e o setor industrial relatou a retomada das demissões em novembro em função das incertezas fiscais e políticas, esforços para reduzir custos e paralisações causadas pela Copa do Mundo, e o mesmo caminho foi tomado pelo setor de serviços em dezembro, alertando para a perda de ritmo das contratações. No mais, a desaceleração da economia com provável retomada da inflação em 2023 também devem contribuir para o aumento do desemprego, prejudicando em última instância a atividade econômica.
Dito isso, reiteramos que setores defensivos, de demanda inelástica e expostos ao dólar provavelmente terão um desempenho melhor ao longo do ano. A retomada chinesa também traz boas perspectivas para a mineração, frigoríficos e o petróleo nos próximos trimestres.