O IGP-M teve variação de 0,37% em setembro, retomando as variações positivas após recuar nos últimos 5 meses. Com este resultado, o índice acumula taxa de -4,93% no ano e de -5,97% em 12 meses.
O IPA variou 0,41% no período, após queda de 0,17% em agosto. O grupo Bens Finais apresentou deflação de 0,03%, desacelerando dos -0,69% anteriores. A principal contribuição para esse resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo (9,35% x -0,95%, em agosto).
O índice ex, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,27%. O grupo Bens Intermediários passou de -0,22% em agosto para 1,5% em setembro, puxado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção (15,04% x 3,45%). O índice ex, que exclui os combustíveis e lubrificantes, caiu 0,71%.
Já o estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 0,38% em setembro, recuando da alta de 0,42% anterior. Os seguintes itens contribuíram para a inversão: bovinos (-1,59% para -10,11%), soja em grão (5,63% para 2,33%) e aves (0,14% para -5,24%).
Em sentido oposto, destacam-se os seguintes itens: minériode ferro (-0,08% para 6,53%), arroz em casca (3,67% para 9,49%) e mandioca/aipim (-2,59% para -0,60%). No mais, o IPC teve variação de 0,27%, se recuperando da queda de 0,19% de agosto.
Seis das oito classes de despesa avançaram, com destaque para os Transportes (1,75% x 0,14%, em agosto), que foram influenciados pela gasolina (5,01% x 0,64%).
O INCC repetiu a taxa do mês anterior e marcou alta de 0,24%. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações: Materiais e Equipamentos (-0,11% para 0,04%), Serviços (0,22% para 0,38%) e Mão de Obra (0,71% para 0,48%).
Como é notável, a alta do IGP-M pode ser exclusivamente atribuída ao aumento dos preços dos combustíveis resultantes dos reajustes da Petrobras. Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, se o diesel e a gasolina não tivessem subido de preço, tanto o IPC quanto o IPA teriam apresentado deflação.
Portanto, assim como comentamos nos outros índices de inflação, vemos um impacto assimétrico causado pelo reajuste dos combustíveis e a manutenção da trajetória de alta do petróleo pode levar a novos aumentos de preço para minimizar a defasagem, culminando em mais pressão inflacionária.
Ainda assim, entendemos que o cenário evoluiu bastante ao longo dos últimos 12 meses e não vemos um comprometimento da trajetória dos juros.