O crescimento de 1,2% do PIB no segundo trimestre, em relação ao período de janeiro a março, e de 2,5% no semestre veio acima das expectativas do mercado. O resultado foi bastante impulsionado pelo setor de serviços, que já vinha apresentando resultados positivos nos últimos meses: ao fim do primeiro semestre, o segmento já operava em patamar 7,5% superior ao do pré-pandemia, segundo o IBGE, impactado por incentivos fiscais e a reabertura da economia.
A indústria, com crescimento de 2,2% e saldo positivo em todos os subsetores, surpreendeu e superou números fracos de períodos anteriores, apesar dos problemas nas cadeias de suprimento globais. Outro destaque positivo é o consumo das famílias, que avançou 2,6%, puxado pela injeção de dinheiro na economia por meio do saque extraordinário do FGTS e pelo adiantamento do 13° salário dos servidores públicos, além da retomada das atividades presenciais.
As boas notícias vêm em linha com o saldo positivo na criação de empregos em julho, de acordo com dados do Caged. Até o fim do ano, esses mesmos fatores devem continuar contribuindo para um aquecimento da economia, principalmente a alta da demanda das empresas e os estímulos à renda, como as medidas para redução dos preços que liberaram certa pressão sobre o orçamento das famílias, o aumento do Auxílio Brasil e a ajuda para taxistas e caminhoneiros.
No entanto, é preciso estar atento nos próximos trimestres às consequências do aperto monetário e da desaceleração da economia global. Além disso, o nível de endividamento das famílias está em um patamar bastante elevado (o que pode frear o consumo), não haverá a injeção na economia do 13° dos aposentados e servidores e a contribuição positiva da reabertura pode começar a ser absorvida e normalizada pela economia.