O Japão registrou crescimento de 0,4% no PIB do primeiro trimestre de 2023, retomando o crescimento após contrair no 3T22 e permanecer inalterado no 4T22. O país se recuperou amplamente amparado pela retomada do consumo interno, mas também pelo momento bom dos principais parceiros econômicos na Ásia. Essa foi a taxa mais rápida de expansão desde o 2T22.
Nos primeiros três meses do ano o consumo privado (0,6%) teve o maior crescimento em 3 trimestres, impulsionado pelo fim das restrições contra a COVID e reabertura das fronteiras. Além disso, o investimento expandiu 0,9%, se recuperando da queda de 0,7% registrada no 4T22. Enquanto isso, as despesas do governo ficaram estagnadas pelo terceiro mês seguido. Por último, a balança comercial teve contribuição negativa, visto que as exportações (-4,2%) caíram mais do que as importações (-2,3%).
A economia japonesa cresce ainda apoiada na liberação da demanda represada e retomada do turismo no país, além do bom momento de alguns países vizinhos, que já começam a perder força, e reabertura da China, que causou um aumento de demanda, embora menor que o antecipado.
Entretanto, existem alguns fatores que colocam em risco a capacidade de manutenção do crescimento no médio e longo prazo, como a taxa de inflação ainda alta para os padrões do país, a perda de ritmo da economia global, a decadência dos salários reais e as políticas de incentivo ao desvio do comércio com a China, que devem contribuir para manter a inflação alta.
Dessa forma, vemos o momento atual como um ponto fora da curva e entendemos que o Japão deve retornar ao baixo crescimento no médio prazo diante da conjuntura desafiadora que se forma para os próximos 12 meses.