A taxa de desemprego do Brasil avançou 0,5 p.p. no trimestre encerrado em março e foi a 7,9%, maior desde o trimestre encerrado em julho do ano passado. Entretanto, essa ainda é a menor taxa para um trimestre encerrado em março desde 2014, no que ainda aparenta ser um movimento sazonal de redução de empregos após o período de fim de ano.
No período, a população desocupada cresceu 6,7% e foi a 8,6 milhões, enquanto a população ocupada apresentou um recuo de 0,8% para 100,2 milhões. O nível de ocupação foi a 57%, caindo em 0,6 p.p. frente ao trimestre móvel imediatamente anterior.
A taxa composta de subutilização subiu 0,6 p.p. e foi a 17,9%, puxada pelo crescimento de 3,9% da população subutilizada (20,7 milhões). A população desalentada não teve variação significante. Além disso, o número de trabalhadores com carteira assinada ficou estável em 38 milhões.
O número de trabalhadores sem carteira assinada também não apresentou variação relevante e permaneceu em 13,4 milhões. A taxa de informalidade foi de 38,9% da população ocupada, uma redução de 0,2 p.p. em relação ao trimestre anterior.
Por fim, o rendimento real habitual cresceu 1,5% no trimestre para R$ 3.123 e a massa de rendimento real habitual atingiu novo recorde da série histórica em R$ 308,3 bilhões, com leve variação positiva.
Apesar do novo crescimento da taxa de desemprego, causado principalmente pelo aumento expressivo da população desocupada, o movimento ainda aparenta ser causado por efeitos sazonais do que por uma mudança de cenário na economia brasileira, algo que é refletido na estabilidade no número de trabalhadores com carteira assinada e no aumento do rendimento real, bem como no novo recorde da massa de rendimento.
Sendo assim, mantemos uma visão positiva para o mercado de trabalho brasileiro e esperamos reduções na taxa de desemprego ao longo dos próximos meses, dado o cenário benigno de inflação baixa e atividade econômica melhor que o esperado.