Em 2022, a taxa média de desocupação do Brasil foi de 9,3%, recuando 3,9 p.p. ante o resultado de 2021 e registrando o menor nível desde 2015. Entretanto, o número de pessoas que buscam trabalho está 46,4% mais alto que em 2014, quando foi registrada a menor taxa de desemprego da história do indicador (6,9%).
O nível da ocupação médio foi de 56,6%, segundo ano seguido de crescimento após o menor patamar em 2020 (51,2%). O maior nível de ocupação foi registrado em 2013 e 14 quando o número foi de 58,1%.
A média anual da taxa composta de subutilização foi estimada em 20,8%, redução de 6,4 p.p. em relação a 2021. A menor taxa desse subitem também foi computada em 2014 (15,1%). Já a população desalentada diminuiu 19,9% ante 2021 e foi a 4,3 milhões de pessoas, patamar cerca de 22% abaixo do recorde de 5,5 milhões registrado em 2020.
No ano passado, o número médio de empregados com carteira assinada chegou a 35,9 milhões, uma alta de 9,2% quando comparado a 2021. Ao mesmo tempo, o número de empregados sem carteira assinada avançou 14,9% para 12,9 milhões de pessoas.
Além disso, a taxa média anual de informalidade foi de 39,6%, marcando desaceleração de 0,5 p.p. ante a 2021. Apesar da redução, a taxa supera o início da série histórica em 2016 (38,6%) e 2020 (38,3%).
Por último, o valor médio do rendimento real habitual foi estimado em R$ 2.715, valor 1% menor que o estimado em 2021. Frente a 2012, houve aumento de 1,3%. A massa de rendimento real habitual chegou a R$ 261,3 bilhões, o maior da série histórica, com alta de 6,9% em relação a 2021.
O mercado de trabalho brasileiro ganhou força em 2022 com o aumento da atividade econômica e redução da inflação em meio a uma taxa de juros de dois dígitos e benefícios fiscais promovidos pela “PEC Kamikaze” no último semestre do ano passado. Entretanto, destacamos novamente a informalidade elevada e a redução do rendimento real em comparação com 2021, fatores que apontam para uma precarização do trabalho.
Diante da esperada desaceleração para os próximos meses em função da retomada da inflação, acreditamos que o desemprego deve voltar a aumentar em breve, em linha com relatos de demissão que o setor industrial apresentou nos últimos PMIs.