A taxa de desemprego brasileira recuou para 6,9% no segundo trimestre, número 1 p.p. menor do que o registrado no 1T24 e 0,2 p.p. abaixo do trimestre móvel encerrado em maio. Essa foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em junho desde 2014.
Entre trimestres, a população desocupada (7,5 milhões) recuou -12,5% (menos 1,1 milhão de pessoas), atingindo o menor contingente desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015. Ao mesmo tempo, a população ocupada cresceu 1,6% (mais 1,6 milhão de pessoas) no trimestre e foi a 101,8 milhões, renovando mais uma vez o recorde da série histórica iniciada em 2012. O nível da ocupação foi a 57,8%, crescendo 0,8 p.p. em relação ao trimestre anterior.
No mais, a taxa composta de subutilização recuou 1,5 p.p. para 16,4%, mínima desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015. A população subutilizada (19 milhões) foi a menor desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015 e a população desalentada (3,3 milhões) chegou ao seu menor contingente desde o 2T16.
Além disso, o número de empregados com carteira de trabalho assinada chegou a 38,38 milhões após crescer 1% entre trimestres, novo recorde da série histórica. O número de empregados sem carteira assinada também foi recorde da série histórica, com alta de 3,1% no trimestre e atingindo 13,8 milhões de pessoas. A taxa de informalidade foi de 38,6% da população ocupada, caindo 0,3 p.p. em relação ao 1T24.
Por fim, o rendimento real habitual foi de R$ 3.214, crescendo 1,8% no trimestre. A massa de rendimento real habitual (R$ 322,6 bilhões) atingiu novo recorde, crescendo 3,5% na comparação trimestral.
A taxa de desemprego nacional segue em trajetória de queda após um efeito sazonal de início de ano, mantendo a tendência positiva para o mercado de trabalho e reiterando o momento de recuperação mais forte da economia. Dito isso, mantemos as nossas expectativas positivas para o mercado de trabalho brasileiro, algo que deve continuar exercendo pressão sobre a inflação e colabora para manter o Copom mais defensivo em relação à condução da política monetária. Ainda assim, apesar de puxar a inflação, entendemos que a manutenção dos juros em patamares elevados e o corte de gastos do governo devem ser suficientes para manter o IPCA dentro do intervalo da meta ao final de 2024, reafirmando o cenário favorável para empresas cíclicas, com destaque para o varejo discricionário.