Dolarizar patrimônio através de ETFs funciona?

DISCLAIMER: o texto a seguir trata apenas da opinião do autor e não necessariamente reflete a opinião institucional da Nomos Investimentos ou do TradeNews.

A dolarização de patrimônio é uma estratégia cada vez mais procurada pelos investidores brasileiros que buscam diversificação e proteção contra a volatilidade do real. Existem várias formas de dolarizar o patrimônio, incluindo BDRs (Brazilian Depositary Receipts), fundos de investimentos no exterior, abertura de contas em bancos estrangeiros e plataformas brasileiras de investimento no exterior. No entanto, os ETFs (Exchange Traded Funds) têm se destacado como uma das opções mais eficazes e vantajosas para investidores de todos os portes e também de diferentes perfis.

No passado, investir no exterior era um privilégio para poucos, exigindo altos aportes iniciais, enfrentando barreiras burocráticas e regulamentações restritivas. Hoje, com a democratização dos investimentos, os ETFs têm provado sua acessibilidade e eficiência na diluição dos custos operacionais em comparação com outros métodos. Isso ocorre porque os ETFs agrupam os ativos de muitos investidores, permitindo um menor custo por operação e porque são considerados um “player” institucional, acessando impostos mais baixos e custos de transação inferiores àqueles disponíveis para investidores individuais.

Enquanto isso, a abertura de contas em bancos estrangeiros ou o uso de plataformas voltadas para investimento no exterior podem incorrer em taxas de câmbio menos favoráveis e custos administrativos elevados, o que é especialmente relevante para investidores em fase de acúmulo de patrimônio.

Um ETF típico inclui uma variedade de ações ou outros ativos, proporcionando uma diversificação instantânea que seria difícil de alcançar de forma individual. Isso reduz o risco específico de cada ativo e expõe o investidor a um portfólio mais amplo de oportunidades, que podem incluir setores completos e até mesmo estratégias ativas com opções. Embora os BDRs permitam o investimento em ações estrangeiras, eles estão sujeitos a uma liquidez limitada e a custos operacionais relativamente altos. Além disso, os BDRs não oferecem a mesma diversificação instantânea proporcionada pelos ETFs.

Os fundos de investimento no exterior, especialmente os de gestão ativa, tendem a ter taxas de administração e performance mais elevadas do que os ETFs. A transparência também pode ser menor, já que os investidores muitas vezes não têm uma visão clara dos ativos subjacentes.

Abrir contas em bancos estrangeiros pode ser um processo complicado e caro, com altos custos de manutenção e spreads cambiais desfavoráveis. Além disso, a gestão de investimentos diretamente no exterior pode exigir conhecimento específico e tempo dedicado. Plataformas brasileiras de investimento no exterior facilitam o acesso ao mercado internacional, mas podem cobrar taxas elevadas e oferecer um spread cambial menos competitivo. Embora convenientes, essas plataformas muitas vezes não oferecem a mesma eficiência de custo que os ETFs.

A indústria financeira global tem testemunhado uma migração significativa dos fundos de gestão ativa para os ETFs nos últimos anos. Essa mudança é impulsionada por vários fatores, incluindo custos mais baixos, maior transparência e melhor desempenho de muitos ETFs em comparação com fundos de gestão ativa.

Nos Estados Unidos e na Europa, os ETFs já representam uma parcela significativa dos investimentos de muitos investidores. No Brasil, o mercado de ETFs ainda é pequeno, mas está crescendo rapidamente. Com a maturação do mercado financeiro local, uma maior educação financeira do público e o surgimento de ETFs mais bem elaborados e com propostas diferenciadas, espera-se que essa tendência de migração também ocorra no Brasil.

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