Enchentes no RS pesam sobre setor automotivo em maio

BRASA

A produção industrial brasileira recuou 0,9% na comparação com abril, marcando o segundo mês consecutivo de taxas negativas e acumulando perda de 1,7% no período. Em comparação com maio de 2023, o índice recuou 1%, menos do que as expectativas de -1,7% e contrastando com a alta de 8,4% registrada em abril. Após o resultado, a indústria acumula crescimento de 2,5% nos cinco primeiros meses do ano.

Em maio, as quatro grandes categorias econômicas e 16 das 25 atividades pesquisadas tiveram recuo na produção. Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram assinaladas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%), prejudicadas principalmente pelas enchentes no Rio Grande do Sul e, no caso dos alimentos, pela condição climática menos favorável na segunda metade do mês que impactou o processamento de cana-de-açúcar. Já entre as positivas se destacaram as indústrias extrativas (2,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%).

Ainda na comparação com o mês anterior, as quatro grandes categorias econômicas recuaram, com destaque para bens de consumo duráveis (-5,7%) e bens de capital (-2,7%), em linha com as atividades mais afetadas, enquanto os bens intermediários (-0,8%) e os bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%) apresentaram taxas mais leves.

Em relação a maio de 2023, duas grandes categorias e 14 dos 25 ramos apresentaram taxas negativas. Entre as atividades se sobressaíram coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,0%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,0%) e máquinas e equipamentos (-8,9%). Já entre as grandes categorias econômicas as taxas negativas vieram de bens de consumo duráveis (-10,6%) e bens intermediários (-2,2%).

No resultado de maio é possível observar um impacto considerável das enchentes no RS sobre as cadeias produtivas industriais, especialmente no setor automotivo, que geraram reflexos em demais estados do país e consequentemente acabaram confirmando a segunda contração seguida do índice. Além disso, também é importante ressaltar a pressão que os juros elevados fazem sobre o segmento e devem continuar exercendo ao longo dos próximos meses à medida
que o Copom se mostra mais cauteloso e a escalada do dólar geram preocupações relacionadas à inflação.

Dessa forma, entendemos que a produção deve apresentar novos resultados negativos no curto prazo, mas com a recuperação do RS e o bom momento macroeconômico do país podemos esperar resultados positivos a partir do fim do 3T.

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