A produção industrial americana avançou marginalmente em fevereiro, ante janeiro, contrariando a projeção de estabilidade do mercado. Em comparação com o mesmo mês do ano passado houve recuo de 0,2% no índice.
O resultado de fevereiro foi beneficiado pelas expansões de 0,8% das manufaturas e 2,2% da mineração, que retomaram o crescimento após o fim da massa polar que atingiu o país no primeiro mês do ano.
Por outro lado, as temperaturas mais quentes causaram queda de 7,5% na produção das utilidades públicas. Além disso, a utilização da capacidade permaneceu em 78,3%, taxa 1,3 p.p. abaixo da média histórica.
No período, a produção de bens duráveis registrou alta de 1%, puxada principalmente pelos produtos de madeira (2,4%), manufatura diversa (2,3%) e veículos motorizados e partes (1,8%). Já os não duráveis tiveram aumento de 0,7% na produção, com destaque para as atividades de químicos (1,6%), impressão e suporte (1,5%) e papel (1,1%). Entre as utilidades públicas, os serviços de eletricidade registraram recuo de 6,5% na produção enquanto os serviços de gás natural marcaram recuo de 13%.
Por fim, reforçamos que com o fim do inverno no hemisfério norte e uma economia bastante resiliente a tendência é que o segmento industrial se beneficie. Por outro lado, os juros recordes, a inflação persistente e as perspectivas crescentes de um ciclo de política monetária restritiva cada vez mais longo devem continuar pesando e podem impactar o desempenho nos próximos meses.
Outro ponto de atenção é uma possível perda de ritmo do mercado de trabalho do país, visto que tivemos aumento do desemprego e desaceleração dos salários no último resultado do payroll, mas ainda precisamos de mais dados para confirmar esse movimento. De todo modo, temos expectativa de resultados melhores, mas moderados, para o setor.