O Índice de Clima de Negócios medido pelo Ifo da Alemanha subiu 1,6 ponto para 90,2 em janeiro, máxima dos últimos 7 meses. O indicador foi influenciado principalmente pelas expectativas dos negócios, que avançaram 3,2 pontos para 86,4. Já a avaliação da situação atual perdeu 0,3 ponto e foi a 94,1.
Na indústria, o índice continuou melhorando. As companhias avaliaram sua situação atual como melhor e as expectativas para os próximos 6 meses foram consideravelmente mais otimistas. O volume de pedidos está caindo mas segue em nível elevado. Espera-se que a produção cresça ao longo dos próximos meses.
No setor de serviços, o clima de negócios cresceu, também impulsionado por projeções menos pessimistas para o futuro próximo. Entretanto, a situação atual dos serviços piorou em janeiro, principalmente nas atividades de transporte, logística e hospitalidade.
Já no comércio, o índice de clima de negócios mostrou melhora acentuada, assim como as expectativas. As empresas continuaram avaliando o momento atual como levemente positivo.
Por último, na construção, o índice expandiu marginalmente. Os negócios estavam menos pessimistas com relação aos próximos meses, mas também avaliaram a situação atual.
Assim como os indicadores divulgados pelo ZEW na semana passada, os dados Ifo também mostram o otimismo renovado dos alemães em meio às expectativas de uma recessão mais leve que o projetado e retomada da economia chinesa, que deve favorecer principalmente a Alemanha e mais alguns países do bloco.
Tendo em mente a retomada do crescimento retratada pelas prévias dos PMIs de ontem, vemos um cenário melhor para a Europa. Contudo, a nova máxima histórica do núcleo da inflação certamente levará o BCE a conduzir novas altas de juros e manter o patamar elevado por mais tempo, prejudicando a atividade econômica.
No mais, os preços também podem voltar a sofrer com a energia já que os países do bloco irão proibir a importação de derivados de petróleo russo em fevereiro e uma frente fria aguda durante o inverno pode causar uma reviravolta na demanda por gás natural.
Portanto, a conjuntura europeia ainda é muito volátil e está sujeita a mudanças repentinas no curto prazo, de modo que reiteramos a necessidade de cautela e acreditamos em uma recessão no bloco, mas mais leve que o esperado.