O Ibovespa opera em queda firme nesta sexta-feira (23), recuando mais que Nova York. O índice vinha reagindo na contramão dos mercados internacionais ao longo da semana. Ontem, por exemplo, aqui subiu e Wall Street caiu.
O sentimento de aversão a risco predomina em meio a novas elevações de juros nos Estados Unidos e em várias partes da Europa para controlar a inflação persistente, o que reforça temores de uma possível recessão global.
A alta do minério de ferro não consegue impulsionar as mineradoras e siderúrgicas nesta sexta de forte cautela. Vale (VALE3) recua 2,24%, Gerdau (GGBR4) cai 2,88%, Gerdau Metalúrgica (GOAU4) tem baixa de 2,35%.
Além disso, CSN (CSNA3) cai 1,69%, CSN Mineração (CMIN3) recua 2,79% e Usiminas (USIM5), 2,70%. Bradespar (BRAP4), importante acionista da Vale, perde 1,81%
Em meio à aversão ao risco generalizada e diante da queda do petróleo no mercado internacional, PetroRio (PRIO3) e Petrobras (PETR3; PETR4) lideram as baixas do Ibovespa, com quedas rondando os 6%.
Embraer (EMBR3) e Azul (AZUL4) também disputam protagonismo negativo. Ontem, a Embraer assinou memorando de entendimento com a GMV, de Portugal, para cooperação nas áreas de desenvolvimento e integração de sistemas para produtos e serviços de defesa.
Enquanto isso, os papéis da Equatorial (EQTL3) lideram a ponta positiva, após Citi afirmar que a empresa tem histórico de sucesso em suas fusões no segmento de distribuição e possivelmente fez mais uma boa jogada ao comprar a distribuidora Celg-D da italiana Enel, em relatório divulgado há pouco. “A nosso ver, não deve ser diferente dessa vez”, afirmaram os analistas Antonio Junqueira e Guilherme Bosso.
A Fleury (FLRY3) teve recomendação elevada pelo Bank of America (BofA), e as ações aparecem como segunda maior alta do índice Bovespa.
Apesar de operar quase todo no vermelho, o setor de varejo, principalmente no que diz respeito a empresas domésticas, é menos pressionado pelo clima de aversão. Americanas (AMER3) e Magazine Luiza (MGLU3) registram alta e fazem aparições frequentes na ponta positiva do índice.
O dólar dispara, renovando máximas no patamar dos R$ 5,23. O aumento da pressão compradora ocorreu na sequência da divulgação dos índices dos gerentes de compras (PMI) nos Estados Unidos, que vieram acima do esperado, reforçando temores de mais aperto monetário naquele país.
A valorização da moeda americana é generalizada hoje e reflete a repercussão negativa dos dados que indicam recessão na Europa e o temor de que os EUA também registrem recuo da atividade econômica, se o Federal Reserve cumprir as sinalizações de aperto monetário mais forte.
🇧🇷 Ibovespa -2,58% (111.129)
💵 Dólar +2,30% (R$ 5,23)
Cotações registradas às 12h35
Commodities
O petróleo tem queda firme, com perdas acima dos 4%, em meio a temores de recessão global, com consequente impacto negativo para a demanda.
Dados fracos de mais cedo na Europa e o aperto monetário em muitas economias importantes reforçam essa percepção. No câmbio, o dólar forte também é fator negativo para os contratos.
O minério de ferro encerrou em alta, revertendo o sinal negativo, que persistiu em baixa durante quatro pregões seguidos.
🛢 Brent -4,48% (US$ 86,41)
🛢 WTI -5,28% (US$ 79,08)
🇨🇳 Minério de ferro +1,34% (US$ 101)