O Ibovespa opera em tendência de queda na sessão desta segunda-feira (06). O índice tenta manter os 108 mil pontos, em meio à continuidade da repercussão internacional ao payroll americano e suas implicações no Fed. Internamente, agentes do mercado digerem o Boletim Focus divulgado mais cedo e as novas críticas de Lula ao Banco Central.
Divulgado por volta das 8h30, o primeiro Boletim Focus após a decisão do Copom mostrou que a mediana das projeções dos agentes do mercado para a inflação oficial de 2023 subiu pela oitava vez consecutiva.
Os números passaram de 5,74% para 5,78%. Para o próximo ano, as expectativas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou de 3,90% para 3,93%.
Já para a taxa básica de juros (Selic) em relação a 2023 os especialistas mantiveram-na em 12,50% no fim do ano, mas foi elevada de 9,50% para 9,75% no fim de 2024.
No setor corporativo, os papéis ligados ao minério cedem e puxam o Ibovespa para o mesmo sentido. Além do mais, investidores ressoam a posse de Aloizio Mercadante, novo presidente do BNDES.
Também há expectativa pela agenda semanal. A ata do Copom sai na terça-feira (07), e a temporada de balanços trimestrais ganha tração.
Ao longo da semana, os principais destaques vão para os balanços dos bancos. O Itaú divulga seus dados amanhã, e o Bradesco divulga na próxima quinta-feira (09).
Ainda na esfera dos bancos, os agentes financeiros acompanham ainda as declarações do presidente Lula e de integrantes do governo questionando a atuação e autonomia do Banco Central (BC). As discussões podem ser intensificadas com a divulgação da ata da última reunião do Copom, programada para amanhã.
No exterior, a participação do presidente do Federal Reserve (Fed) no The Economic Club fica no radar dos investidores. O discurso de Powell deve fornecer sinais sobre o futuro da política monetária nos Estados Unidos e quais serão os próximos passos do banco central americano.
Entre os destaques negativos do Ibovespa, BRF [BRFS3] opera em queda de 4,53%. Marfrig [MRFG3] e Cyrela [CYRE3] caem respectivamente 4,29%, e 3,84%.
Figurando entre as maiores altas, Vibra [VBBR3] sobe 2,90% após operadores do mercado financeiro se posicionarem, segundo relatório do BTG que afirma ter uma visão positiva para o setor de distribuição de combustível.Cielo [CIEL3] registra alta de 2,02%, com investidores repercutindo o relatório do Citi que elevou a recomendação das ações de neutra para compra. Raízen [RAIZ4] também estende os ganhos, a 1,94%.
O dólar voltou a ganhar força e renovou máxima a R$ 5,19. A valorização da divisa americana ante moedas emergentes e ligadas a commodities se estende. Além disso, o payroll dos EUA mais forte que o esperado elevou as apostas em pelo menos mais duas altas de juros no país norte-americano.
🇧🇷 Ibovespa -0,71% (117.758)
💵 Dólar +0,77% (R$ 5,19)
Cotações registradas às 13h30
Commodities
Os contratos de petróleo operam em alta na sessão. A commodity avança após cair na sexta-feira ao menor nível em um mês, quando mais sanções sobre os fluxos da Rússia entraram em vigor.
A União Europeia está banindo produtos petrolíferos refinados russos, como óleo diesel, e impondo um teto de preço nas vendas para países não ocidentais.
A participação da Rússia nas importações do bloco já foi reduzida de mais de 50% para 27% em dezembro, com os fornecedores dos Estados Unidos aumentando os embarques para níveis recordes.
O minério de ferro recuou 1,2% na bolsa de Cingapura, cotado a US$ 123,40 a tonelada.
🛢 Brent -0,01% (US$79,91)
🛢 WTI -0,34% (US$ 73,17)
🇨🇳 Minério de ferro –1,2% (US$ 123,40)
Cotações registradas às 13h30; minério de ferro referente a Cingapura
(Com Agência Estado)