IGP-M acentua queda

BRASA

O IGP-M de maio registrou queda de -1,84%, acelerando em relação a variação de -0,95% no mês anterior. Com este resultado, o índice acumula taxa de -2,58% no ano e de -4,47% em 12 meses.

O IPA caiu 2,72% em maio após cair 1,45% em abril. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais caiu 0,16%, influenciado principalmente pelos alimentos processados (-0,64%). O índice ex, que exclui alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,09% em maio, compensando parcialmente a alta de 0,8% do mês anterior. Já o grupo Bens Intermediários registrou variação de -1,49%, maior do que a variação de -1,74% de abril.

O grande responsável pela aceleração da queda foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura (-0,61%), reforçando o momento ruim da indústria nacional em meio aos juros elevados, demanda fraca por bens, desemprego em alta e inadimplência e endividamento recordes. O índice ex, que desconsidera os combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,64% em maio, contra -1,05% em abril.

Por fim, o estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 6,48% em maio e foi o grande destaque do resultado, acelerando a queda em relação aos -3,2% de abril. O resultado pode ser atribuído em grande parte às reduções maiores no minério de ferro (-4,41% para -13,26%), milho em grão (-4,33% para -15,64%), bovinos (2,65% para -3,34%) e soja em grão (-9,34% para -9,4%), seguindo as variações do mercado internacional. Na outra ponta se destacam o leite in natura (1,99% para 3,92%) e suínos (-6,53% para -1,48%).

O IPC subiu 0,48% em maio, ficando praticamente estagnado em relação a abril (0,46%). Seis das oito classes de despesa do índice tiveram variação positiva, com destaque para o grupo Alimentação (0,36% para 0,79%), sendo o item hortaliças e legumes (-0,68% para 6,32%) o de maior impacto.

Em contraponto, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,96% para -2,32%) e Transportes (0,85% para 0,5%) tiveram decréscimo em suas variações, sendo este último impactado pelas passagens aéreas (-13,29%) e gasolina (-0,09%), em linha com o que foi mostrado no IPCA.

Finalmente, o INCC ganhou ritmo ao registrar alta de 0,4% em maio, ante 0,23% de abril. Os itens Mão de Obra (0,75%) e Serviços (0,64%) tiveram as variações positivas e mais do que compensaram o recuo de 0,06% dos Materiais e Equipamentos.

A aceleração da queda do IGP-M reflete o baixo nível de atividade da indústria brasileira, que é muito afetada pelos juros altos, retomada do desemprego, baixa demanda por bens e inadimplência e endividamento recordes.

Além disso, o principal fator para o recuo do indicador foram as commodities, que continuam desacelerando nos mercados internacionais em conjunto com a demanda global e em meio às expectativas ruins para os próximos meses.

Dito isso, vemos uma tendência de manutenção da trajetória de queda do indicador nos próximos meses, algo que aumenta a probabilidade de repasses para os consumidores e reflexos no IPCA, em linha com nossas expectativas de desaceleração do indicador de inflação aos consumidores e cenário de cortes de juros no segundo semestre do ano, algo que deve beneficiar as empresas mais elásticas aos juros e o consumo local, que ainda requer seletividade, em linha com o que afirmamos nas últimas semanas.

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