Impulsionando a produtividade: reflexões sobre a maior feira de tecnologia do mundo

DISCLAIMER: o texto a seguir trata apenas da opinião do autor e não necessariamente reflete a opinião institucional da Nomos Investimentos ou do TradeNews.

A CES 2024, a maior feira de tecnologia do mundo, ocorreu em Las Vegas esta semana, onde foram apresentadas muitas novidades que vão desde luvas que diminuem os tremores da doença de Parkinson e máquinas para defumar carne em casa até carros com ChatGPT.

Em eventos como esse, alguns tipos de anúncios já são esperados, como novas TVs, placas de vídeo, robôs que nunca vão para as lojas e coisas diferentes, como um vaso sanitário smart de US$ 10 mil.

Por outro lado, esse evento também nos apresenta as principais tendências das indústrias de serviços e de tecnologia nas quais vale a pena se atentar.

A principal tendência que pude notar foi o uso de inteligência artificial (IA) em tudo, incluindo travesseiros, espelhos, geladeiras, lavadoras de roupas e até dispositivos para alimentar pássaros. Esse movimento se assemelha aos anos 2000, em que foram criados diversos produtos conectados à internet sem uma razão clara. A grande maioria desses produtos acabam desaparecendo, mas os que conseguem passar pela prova do tempo podem revolucionar seus respectivos mercados e são usados ao longo de décadas.

O uso que acredito estar mais próximo da adoção em massa está nos assistentes virtuais, ou seja, incorporar as habilidades de conversação de um ChatGPT aos assistentes mais utilizados, como a Alexa ou a Siri, e disponibilizá-los em todo lugar. A Volkswagen anunciou um carro integrado a um modelo como esse e logo logo você poderá simplesmente dizer “aqui está um pouco frio” ou “quero comer uma parmegiana de frango” e o carro dará conta do recado sem que você precise decorar comandos pré-montados.

Outra tendência que pude notar é a reinvenção das telas. Tivemos novas tecnologias em telas dobráveis, transparentes, anti-reflexivas, telas 3D que não precisam dos óculos e, principalmente, óculos de realidade virtual ou realidade aumentada.

Como estamos cada vez mais conectados, é natural que passemos mais tempo na frente de telas e estas precisam se adaptar para isso. Ainda é difícil apontar com certeza quais desses avanços serão os ganhadores, mas é bom ver as empresas se esforçando para criar o melhor caminho.

Em 2024, estamos vendo uma expansão no conceito de spatial computing (Computação Espacial, em tradução livre) através do lançamento do Apple Vision Pro e de opções mais acessíveis como o NIMO e, para o público que prefere não usar um dispositivo no rosto, temos carros com as informações do GPS aparecendo diretamente no para-brisa.

Agora, uma tendência que pode trazer vantagens e desvantagens é a crescente onda de parcerias institucionais. Foram apresentadas, dentre outras, parcerias entre Hyundai/Samsung, Walmart/Microsoft e Sony/Honda (sim, eles dirigiram um carro com um controle de Playstation 5). Isso nos mostra que as grandes empresas entendem que, em um mundo conectado, dinâmico e competitivo, suas especialidades precisam caminhar junto a outras para entregar a melhor experiência ao usuário.

Entretanto, levanta a dúvida sobre a integração de novos produtos e serviços a ecossistemas fechados. Por exemplo, será que seu carro Sony/Honda vai interagir com seu celular Samsung Galaxy sendo que este foi feito para o ecossistema Samsung/Hyundai? E como será que a Apple, famosa por ter um ecossistema mais fechado, conduzirá essa questão?

Muitas dessas questões ficarão sem respostas por enquanto, mas está claro que esses avanços trarão boas oportunidades de investimento. Devemos lembrar que criar novas aplicações está cada vez mais acessível com AI e abordagens low-code/no-code (o usuário pode programar sem saber programar) e isso só acelera tudo isso que estamos vendo.

A certeza que fica é o aumento de comodidade e produtividade para as pessoas e para os profissionais. Estamos vendo cada vez mais as novas tecnologias permitirem aos seres humanos uma maior qualidade de vida e também uma melhor utilização do tempo para o que realmente importa na vida das pessoas.

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