Indústria brasileira apresenta contração mais lenta

O PMI Industrial brasileiro cresceu 1,7 ponto em fevereiro e foi a 49,2, permanecendo em território contracionista pelo quatro mês consecutivo, mas com os melhores dados do período e indicando contração apenas marginal no nível de atividade.

Em comparação com janeiro, as taxas de redução da produção e das vendas diminuíram, mas uma deterioração sustentada da demanda levou as empresas a reduzir o número de funcionários pelo terceiro mês consecutivo, diminuir os níveis de compras e esgotar os estoques de insumos. A demanda externa por bens brasileiros também caiu de forma acentuada no período.

No âmbito dos preços, os insumos avançaram de forma sólida e influenciaram a taxa de inflação, que apesar de pouco alterada e abaixo da média de longo prazo, teve alta considerável. Simultaneamente, os preços de venda aumentaram de forma superficial e similar aos observados nos dois meses anteriores.

Por último, as expectativas dos negócios caíram impactadas por preocupações com relação às pressões competitivas e a falta de renda disponível, mas permaneceram elevadas pelos padrões históricos.

Embora tenha permanecido em contração, a indústria brasileira registra o melhor resultado dos últimos 4 meses e uma queda apenas marginal no nível de atividade. A razão para a queda pode ser atribuída à redução da demanda interna, causada por preocupações dos produtores e consumidores com a economia e com as políticas públicas, e externa, resultante da dificuldade de estabelecer preços competitivos nos mercados internacionais.

Dito isso, o resultado é positivo por indicar uma possível retomada da atividade na indústria brasileira mesmo com condições ruins de demanda e juros altos. Contudo, diante da desancoragem da inflação e aceleração da mesma nos últimos meses, acreditamos que a renda disponível da população deve contrair ainda mais, resultando em mais pessoas endividadas e inadimplentes, e os juros devem permanecer altos para combater as pressões inflacionárias e compensar as taxas básicas mais altas nos países desenvolvidos.

Além disso, a retomada do desemprego, como evidenciado pela indústria, é outra possibilidade real para os próximos meses que deve afetar o desempenho econômico.

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