O PMI Industrial da China cresceu 2,4 pontos em fevereiro e foi a 51,6, retomando o crescimento após 7 meses de contração. Os dados reforçam a reabilitação gradual do setor industrial e da economia chinesa em meio ao fim da política de COVID zero em dezembro.
As empresas chinesas sinalizaram o primeiro aumento da produção desde agosto, enquanto os novos pedidos cresceram pela primeira vez em 7 meses à medida que a demanda e as operações retomavam o ritmo normal.
Além disso, a criação de empregos e a atividade de compra dos fabricantes também cresceram pela primeira vez após vários meses de resultados negativos, enquanto as pressões nas cadeias de suprimentos aliviaram e os tempos de entrega melhoraram na maior medida em 8 anos. Os pedidos de exportação cresceram pela primeira vez desde julho de 2022.
A normalização da economia chinesa e expectativas de novos aumentos da demanda ao longo dos próximos 12 meses levaram a confiança dos negócios a atingir o recorde dos últimos 23 meses.
A reabertura da China mostra um ritmo mais acelerado do que o antecipado por nós, muito provavelmente um reflexo da liberação da demanda represada, fato que é muito bom para a economia mundial e sustenta o case de “no landing” dos desenvolvidos. Ademais, uma retomada mais rápida da segunda maior economia do mundo deve contribuir para manter as pressões inflacionárias altas ao redor do mundo.
Ambos os efeitos são negativos do ponto de vista dos bancos centrais e provavelmente resultarão em mais um motivo para subir juros e manter a taxa básica no topo da curva ao longo de 2023, ultimamente minando a atividade econômica por mais tempo no médio e longo prazo.
Portanto, novamente reforçamos que ativos expostos à China devem se destacar ao longo do ano, mas já foram bastante precificados com a notícia de fim das restrições, o que exige cautela. Também diante do cenário de retomada da inflação no Brasil e desaceleração da economia, empresas defensivas e de demanda inelástica devem seguir em alta, bem como a renda fixa.