O PMI Industrial dos Estados Unidos perdeu 1,8 ponto em maio e foi a 48,4, em linha com o resultado da prévia, indicando a contração mais rápida do setor desde fevereiro. A deterioração do setor industrial foi causada por uma queda sólida nos novos pedidos e em meio às condições deprimidas de demanda interna e externa.
Entretanto, o emprego e a produção continuaram crescendo à medida que as empresas expandem sua capacidade de completar backlogs agora que as condições de oferta melhoraram. No mais, as tentativas de reduzir os estoques não foram bem-sucedidas já que as atividades de compras estão em redução, sinalizando mais quedas no nível de produção nos próximos meses.
No âmbito dos preços, os custos de insumos caíram pela primeira vez desde maio de 2020. A queda dos custos contribuiu para o menor aumento nos preços de venda em quase 3 anos conforme as empresas tentam aumentar sua competitividade para impulsionar novas vendas.
Por último, os produtores estão mais confiantes com o cenário para os próximos 12 meses. As expectativas de aumento de produção estão ligadas a investimentos planejados em novos produtos e marketing, bem como um crescimento dos novos pedidos causada pela expansão da base de clientes. Apesar do aumento da confiança, o nível ainda está um pouco abaixo da média de longo prazo.
A indústria americana sofre bastante pressão dos juros restritivos, inflação alta e persistente e deterioração acelerada das condições de crédito.
Como o cenário de piora do mercado de crédito e juros restritivos deve se manter ao longo do ano, o setor secundário tende a continuar enfrentando dificuldades ao menos até o início de 2024 e esperamos que a economia estadunidense confirme uma recessão ainda esse ano.
Dessa forma, vemos espaço para os mercados emergentes, em especial o Brasil, que deve cortar juros no segundo semestre, e a China, que muito provavelmente fará uso de estímulos fiscais para acelerar sua retomada.