por Benndorf Research
O nível de atividade da indústria brasileira acelerou em janeiro ao passar da mínima de quatro meses de 50,4 pontos em dezembro para 50,7, marcando um ano inteiro de expansão do setor, mas bem abaixo da média registrada no ano passado.
Os novos pedidos cresceram no ritmo mais lento em um ano, refletindo uma demanda menor por bens industrializados à medida que a desvalorização do real e a disparada das taxas de juros reduziram a procura dos clientes. Ao mesmo tempo, a produção estagnou e encerrou a sequência de quatro meses de expansão, já que a redução dos pedidos em atraso preveniu uma retração.
Além disso, o enfraquecimento do real perante o dólar gerou aumento dos custos de insumos para os produtores, forçando 15% das companhias a aumentar seus preços de venda.
Por último, os industriais continuaram otimistas em relação ao nível de atividade futuro em meio às expectativas de novas oportunidades de exportação e investimento, principalmente nos segmentos de agricultura, automóveis e construção.
Novamente observamos a indústria nacional resistindo ao cenário desfavorável, marcado por juros altos, retomada da inflação e queda na demanda por bens manufaturados. Ainda assim, seguimos com projeção de perda de ritmo ao longo do ano tendo em mente o cenário de política monetária amplamente restritiva, real desvalorizado e retomada dos preços. Dito isso, esperamos que os segmentos mais elásticos aos juros, como bens duráveis e bens de capital, sejam os mais prejudicados na conjuntura atual.