O índice de inflação aos consumidores americanos apresentou alta de 0,4% em fevereiro, acelerando em relação ao mês anterior (0,3%), mas ficando em linha com as expectativas do mercado. Por outro lado, o acumulado em 12 meses teve alta marginal e foi a 3,2%, contrariando as projeções de estabilidade.
O núcleo do indicador também surpreendeu e computou variações de 0,4% m/m e 3,8% a/a, ambos marginalmente maiores que o esperado.
O índice de habitação e de gasolina subiram no mês e juntos representaram mais de 60% do resultado final. O índice de energia avançou 2,3% à medida que todos os seus componentes tiveram alta e o índice de alimentos ficou estável, influenciado principalmente pela estabilidade da alimentação no domicílio.
Entre os alimentos, o resultado foi dividido, com três dos seis grandes índices de grupos de alimentos recuando e três avançando. A principal queda ficou com laticínios e produtos relacionados (-0,6%), enquanto a principal alta ficou com cereais e produtos de confeitaria (0,5%). Nos últimos 12 meses o índice de alimentação acumula alta de 2,2%.
No índice de energia, a gasolina (3,8%) foi o destaque. Além disso, também houve alta no índice de gás natural (2,3%), no óleo combustível (1,1%) e na eletricidade (0,3%). Em 12 meses a energia acumula deflação de 1,9%.
Excluindo alimentos e energia, outras atividades apresentaram alta de preços no período, como a habitação (0,4%), passagens aéreas (3,6%), seguros automotivos (0,9%) e vestuário (0,6%). Do lado negativo estiveram os índices de cuidados pessoais (-0,5%) e móveis (-0,1%).
A inflação americana segue se mostrando mais persistente do que o esperado, alavancada principalmente pela habitação, que continua pressionada pelos estoques baixos e preços e juros altos. Os dados apontam para um cenário bastante em linha com a postura mais cautelosa do Fed e as perspectivas de juros no topo da curva por mais tempo.
De modo geral, seguimos com perspectiva de pouco impacto nos índices e nas curvas de juros futuros americanos já que as projeções do mercado se alinharam ao discurso do Fed e o otimismo segue elevado.