A inflação aos consumidores americanos teve alta de 0,4% em setembro, ante agosto, superando marginalmente as expectativas. Em relação a setembro de 2022, a inflação foi de 3,7%, permanecendo estável. O núcleo do indicador teve alta de 0,3% entre meses e 4,1% entre anos, um decréscimo de 0,2 p.p. neste último frente ao resultado anterior e ambos em linha com as expectativas.
O índice de habitação foi o principal item de impacto do resultado, representando mais de 50% da alta mensal, algo que pode ser atribuído a baixa oferta atual de imóveis e aumento dos aluguéis. Uma expansão no índice da gasolina (2,1%) também contribuiu de forma majoritária, refletindo a alta do barril do petróleo no período.
A eletricidade (1,3%) e o óleo combustível (8,5%) foram outros itens que subiram, enquanto o gás natural (-1,9%) recuou. Apesar dos principais itens que compõe o índice de energia terem apresentado resultados mistos, o grupo energia em si avançou 1,5%.
No mais, o índice de alimentos subiu 0,2%, mesmo avanço dos últimos 2 meses, influenciado principalmente pela alimentação fora do domicílio (0,4%). A alimentação no domicílio (0,1%) teve alta menor, consequência da alta das carnes, aves, peixes e ovos (0,5%) e carne de porco (1,6%), que foi parcialmente compensada pela queda dos cereais e produtos de confeitaria (0,4%).
A estabilidade da inflação e a desaceleração da queda do núcleo são indicadores que reforçam a tendência de manutenção dos juros em patamares elevados por mais tempo e contribuem para manter a pressão sobre a curva de juros forte, fator ruim para os ativos americanos. Por fim, reiteramos a expectativa de juros estáveis na reunião de outubro do FOMC, com a possibilidade de mais um ajuste em aberto.