Em abril, o PCE Price Index, índice preferido de inflação do fed, subiu 0,4% m/m e 4,4% a/a em abril, acelerando em relação a março. O núcleo também teve alta de 0,4% em relação ao mês anterior e 4,7% em relação a abril de 2022, também marcando variações maiores do que as registradas em março. No mais, a renda pessoal cresceu 0,4% no período e as despesas pessoais com consumo avançaram 0,8%.
O aumento da renda pessoal em abril foi causado pelos salários e compensações maiores, reforçando a solidez do mercado de trabalho americano. Já o avanço das despesas pessoais com consumo é resultado da expansão de US$ 86,9 bilhões nos gastos com serviços e US$ 64,8 bilhões nos gastos com bens. Entre os serviços, os de maior contribuição foram os serviços financeiros e seguros, cuidados médicos e outros serviços. Entre os bens, gastos com veículos motorizados e partes e outros bens não duráveis (principalmente produtos farmacêuticos) foram os que mais impactaram o número final.
O avanço dos salários e do consumo em abril mostram que a economia americana ainda resiste às taxas elevadas de inflação e juros, muito influenciada pelo pleno emprego. Esperamos que não ocorram mais alterações na taxa de juros, mas novas altas da inflação e a persistência da mesma nos patamares atuais em conjunto com indicadores de resiliência da economia e do mercado de trabalho indicam que o FED deve manter os juros como estão por mais tempo, algo que é ruim para as bolsas, para a oferta de crédito e para a economia em geral, fortalecendo o cenário de recessão ainda em 2023