Inflação ao produtor americano acelera puxado pela gasolina

O Índice de Preços ao Produtor americano avançou 0,7% em agosto, acelerando dos 0,4% de julho e superando as expectativas do mercado de alta de 0,2%. Essa foi a maior alta desde julho do ano passado.

Na comparação com o mesmo período de 2022, o índice acumula alta de 1,6%. O núcleo do IPP teve alta de 0,3% entre meses e 3% entre anos, sendo esta última a alta mais expressiva desde a registrada em abril.

Em agosto, cerca de 80% da alta pode ser atribuída ao salto de 2% no índice de bens de demanda final. Os preços dos serviços avançaram 0,2%. O índice de bens de demanda final teve a alta mais expressiva desde junho do ano passado e está relacionado ao preço da energia, que registrou expansão de 10,5%.

Cerca de 60% do avanço dos bens pode ser relacionada aos preços da gasolina, que dispararam 20%. Os índices do óleo diesel, combustível de avião, óleo de aquecimento doméstico, bebidas e sucata de ferro e aço também subiram. Por outro lado, os preços de vegetais frescos e secos caíram 11,5%.

Já entre os serviços, uma alta de 1,1% nos serviços de imóveis residenciais foi o principal fator de impacto. Os índices de transporte de cargo; maquinário, equipamento, partes e suprimentos de atacado; e combustíveis e lubrificantes automotivos também expandiram no período.

Entretanto, as margens do atacado de produtos químicos e produtos aliados recuaram 4,7%. A alta expressiva da inflação dos produtores é bastante surpreendente, mas assim como vimos na inflação aos consumidores, está muito relacionada ao preço dos combustíveis, que por sua vez podem ser atribuídos ao avanço do preço do barril do petróleo ao longo dos últimos meses.

A manutenção da trajetória de alta do petróleo pode continuar pressionando os preços no país e mantém a possibilidade de mais um ajuste na taxa de juros americana viva para as próximas reuniões, mas a desaceleração da economia pode conter esse ímpeto.

Dito isso, caso o cenário se mantenha, esperamos novas altas nas curvas de juros futuras e impactos nos índices de ações, especialmente nos setores mais alavancados.