Inflação desacelera nos Estados Unidos, mas núcleo persiste

inflação EUA

Em fevereiro, o PCE Price Index dos Estados Unidos registrou avanço de 0,3% entre meses e 5% entre anos, ambos marcando desaceleração em relação a janeiro (0,6% e 5,3%). Ao mesmo tempo, o núcleo do PCE Price Index computou altas de 0,3% e 4,6%, permanecendo praticamente estável na comparação anual, visto que a alta foi de 4,7% em janeiro, novamente demonstrando a persistência da inflação na economia americana.

No mais, as despesas pessoais aumentaram 0,2%, desacelerando bastante dos 2% registrados no mês anterior, e a renda pessoal avançou 0,3%, metade do resultado de janeiro. Todos os indicadores ficaram marginalmente aquém das projeções.

Novamente, a renda pessoal aumentou puxada pelos salários. A alta nos salários do setor de serviços e de servidores públicos foram os destaques do mês.

O aumento de US$ 27,9 bilhões nas despesas pessoais é resultado de US$ 25,8 bilhões em gastos com serviços e US$ 2,1 bilhões em gastos com bens, refletindo o peso que os juros altos tem sobre o segmento de bens duráveis. Entre os serviços, avanços na habitação e cuidados médicos foram parcialmente compensados por quedas em food services e acomodações.

Já entre os bens, altas na gasolina e outros bens energéticos, “outros” bens não duráveis, e alimentos e bebidas foram parcialmente compensados por contrações em veículos motorizados e partes. O aumento real das despesas teve recuo marginal.

No âmbito dos preços, o avanço mensal do PCE Price Index foi influenciado pelas altas de 0,2% nos bens e nos alimentos e 0,3% nos serviços, enquanto a energia caiu 0,4%. Frente ao mesmo período do ano passado, a alta de 9,7% dos alimentos foi a principal, seguida pelos serviços (5,7%), energia (5,1%) e bens (3,6%).

Apesar da queda drástica nas despesas pessoais e estabilidade do PCE Price Index, todos os indicadores estão em linha com as expectativas do mercado, portanto não são surpresas.

Entretanto, a persistência no núcleo da inflação não é um bom sinal e abre margem para o FED promover mais uma alta de 0,25 p.p. na taxa de juros, como a autoridade já sinalizou na última reunião, elevando a pressão sobre o setor financeiro e potencialmente reforçando as incertezas.

Ao mesmo tempo, continuamos observando aceleração na atividade econômica do país e o mercado de trabalho segue extremamente sólido, de modo que podemos esperar novos aumentos das despesas pessoais ao longo dos próximos meses, principalmente no setor de serviços, como já é o caso, mas a crise bancária e a alta de juros devem atuar no sentido contrário para bens duráveis.

Compartilhe em suas redes!

WhatsApp
Facebook
LinkedIn
PUBLICIDADE

Matérias Relacionadas

PUBLICIDADE

Preencha o formulário e receba a melhor newsletter semanal do mercado financeiro, com insights de especialistas, notícias e recomendações exclusivas.

PUBLICIDADE
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?