Inflação europeia indica sinais mistos

A taxa de inflação da Zona do Euro recuou 0,2% em janeiro, ante dezembro, exatamente como projetado. Na comparação anual, o indicador desacelerou de 9,2% para 8,6%. Ao mesmo tempo, o núcleo da inflação recuou 0,8% entre meses, mas avançou a 5,3% entre anos, nova máxima histórica.

Frente ao mês anterior, os itens que tiveram impacto negativo foram os bens industriais não energéticos (-1,9%) e os serviços (-0,1%). Do lado positivo se sobressaíram os alimentos, álcool e tabaco (1,4%) e a energia (0,6%). Na comparação com janeiro de 2022, os alimentos, álcool e tabaco (14,1% e 2,94 p.p.) tiveram a principal contribuição e segunda maior variação, seguidos pela energia (18,9% e 2,17 p.p.). Por fim, completaram o resultado os serviços (4,4% e 1,8 p.p.) e os bens industriais não energéticos (6,7% e 1,73 p.p.).

Apesar da nova deflação, o núcleo voltou a renovar a máxima histórica, reforçando a propagação dos preços elevados por toda a economia. Além disso, os serviços, que têm o maior peso no indicador, passaram de 4,2% na prévia para 4,4% no resultado final, possivelmente refletindo os aumentos salariais, que estão crescendo no ritmo mais rápido da história mesmo que o ganho real seja negativo.

Por outro lado, a deflação do núcleo entre meses pode estar sinalizando um alívio para os próximos períodos causado pela desaceleração da demanda por bens, como já foi demonstrado nesse resultado.

De modo geral, há pouca mudança na inflação europeia atualmente e consequentemente não devemos observar alterações no discurso do BCE, que deve manter uma postura marcadamente hawkish e promover mais ajustes na taxa de juros para combater os preços elevados, ultimamente levando o bloco à recessão.

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