A taxa de inflação da Zona do Euro cresceu 0,6% em abril, ante março, número marginalmente abaixo das expectativas do mercado. Na comparação anual, o indicador avançou 0,1 p.p. e foi a 7%. Já o núcleo da inflação mostrou avanços de 1% entre meses e 5,6% entre anos, permanecendo praticamente inalterado em relação a março (5,7% a/a) e novamente destacando o caráter persistente da inflação.
No mês, os serviços (1,2%) foram o grupo de maior variação, um provável reflexo do bom desempenho do setor nos últimos meses, seguidos pelos bens industriais não energéticos (0,7%) e pelos alimentos, álcool e tabaco (0,2%). A energia (-0,8%) foi o único grupo a registrar deflação.
Em comparação com abril de 2022, os alimentos, álcool e tabaco (14,6% e 2,75 p.p.) seguiram como o grupo de maior variação e impacto. Já a segunda maior variação veio dos bens industriais não energéticos (6,2% e 1,62 p.p.), a terceira veio dos serviços (5,2% e 2,21 p.p.) e por fim a energia (2,4% e 0,38 p.p.), que voltou a registrar variação positiva após deflacionar 0,9% em março.
Novamente os dados de inflação do continente europeu reforçam a ineficiência da política monetária do BCE e manterão a autoridade pressionada. No mais, mantemos nossas expectativas de novas quedas no indicador geral ao longo dos próximos meses, influenciadas pelo grupo energia em meio a base de comparação alta do ano passado causada pela guerra na Ucrânia, mas o núcleo deve permanecer elevado.
Por fim, a inflação alta, os juros cada vez mais restritivos, o aumento da inadimplência observada recentemente e a deterioração do mercado de crédito vão contribuir para confirmar o cenário de recessão esse ano.
