A taxa de inflação da Zona do Euro confirmou os dados da prévia e registrou crescimento de 0,9% em março, ante fevereiro, maior alta em 5 meses. Em relação ao mesmo período do ano passado, a taxa de inflação passou de 8,5% para 6,9%. Contudo, o núcleo da inflação apresentou alta de 5,7% a/a, marginalmente acima do resultado anterior e nova máxima histórica do indicador.
Podemos atribuir o recuo na comparação anual exclusivamente à queda da energia no período, que passou de 13,7% para -0,9% graças à base de comparação extremamente alta do ano passado, resultante do início da guerra da Ucrânia e consequente disparada dos preços do gás natural e do petróleo.
De fevereiro para março, a contribuição da energia para a inflação passou de 1,64 p.p. para -0,05 p.p. Entre os destaques do resultado anual estão os alimentos, álcool e tabaco (3,12 p.p.), serviços (2,1 p.p.) e bens industriais não energéticos (1,71 p.p.).
Conforme já havíamos dito na prévia do resultado, o novo recorde histórico do núcleo da inflação reafirma a ineficiência da política monetária do BCE até então e coloca a autoridade monetária em uma posição bem delicada, visto que não houve um posicionamento sobre novos aumentos de juros na última reunião em meio às instabilidades nos sistemas bancários americano e europeu.
Sendo assim, esperamos novas quedas no indicador geral ao longo dos próximos meses tendo em mente a base de comparação das commodities energéticas entre anos, mas o núcleo deve permanecer elevado. De toda forma, tanto a inflação alta quanto a elevação dos juros devem contribuir para a desaceleração econômica, ainda mais com a deterioração do mercado de crédito.