A taxa de inflação alemã confirmou as altas de 0,3% entre meses e 6,2% entre anos, patamar praticamente estável em relação ao resultado anterior. O núcleo do indicador também confirmou o resultado da prévia de 5,5%. Os preços dos produtos de energia em julho estavam 5,7% mais altos do que os registrados no mesmo período do ano passado.
Os consumidores pagaram 17,6% mais por eletricidade do que em julho de 2022, aumento causado especialmente pelo fim da sobretaxa de renováveis. No mais, outros aumentos expressivos vieram de combustíveis sólidos (12,8% a/a) e gás natural (8,5% a/a).
Já os alimentos perderam um pouco de ritmo em julho ao passar de 13,7% para 11%. Ainda assim, o componente segue como principal impacto na inflação e quase todos os grupos alimentares computaram preços mais elevados, com destaque para açúcar, geleia e mel (18,9%), açúcar e cereais (16,6%) e vegetais (15,7%). Em contraste, gorduras e óleos comestíveis tiveram queda de 12,9% no preço.
Também impactados pelos alimentos, os bens não duráveis registraram alta de 8,6% nos preços. Ao mesmo tempo, os preços dos bens duráveis subiram 4,5%. Finalmente, os serviços tiveram expansão de 5,2%. Entre anos, os aluguéis líquidos reduziram a alta dos preços ao avançar 2,1% e foram um grande fator para a inflação de serviços ficar abaixo da média.
Ademais, a introdução do bilhete único no país, vem causando impacto negativo nas pressões de preços desde maio desse ano. Contudo, a disponibilidade do bilhete de 9 euros entre junho e agosto de 2022 causa um efeito de comparação desproporcional no preço das passagens, de modo que os bilhetes de trem, ônibus e semelhantes combinados estão 112,5% mais caros do que no ano passado.
Reiteramos que apesar da estabilidade da inflação em julho, esperamos reduções para os próximos meses, já que a base de comparação da energia e dos serviços subirão a partir de agosto, com a alta do gás natural e o fim do bilhete de 9 euros. Ao mesmo tempo, os alimentos potencialmente continuarão como o principal problema, ainda mais diante do fim do acordo de grãos entre Rússia e Ucrânia e prováveis impactos do El Niño nas safras 23/24.
Por fim, também entendemos que mesmo com as reduções esperadas, a inflação alemã continuará muito acima da meta estabelecida pelo BCE, fator que contribui para o banco central manter uma postura marcadamente hawkish.