A inflação aos consumidores da Zona do Euro voltou a crescer e avançou 0,6% em fevereiro, maior taxa desde abril de 2023. Em comparação com fevereiro de 2023, o índice acumula alta de 2,6%, desacelerando dos 2,8% registrados anteriormente.
O núcleo da inflação apresentou variações de 0,7% entre meses, também máxima desde abril do ano passado, e 3,1% entre anos, mínima desde março de 2022.
Entre meses, a energia (1,5%) teve a maior variação e foi acompanhada pelos serviços (0,9%) e pelos bens industriais não energéticos (0,4%). Os alimentos, álcool e tabaco ficaram estáveis no período.
Na comparação anual, os serviços (4% e 1,73 p.p.) continuam causando o principal impacto. Outros impactos positivos são causados pelos alimentos, álcool e tabaco (3,9% e 0,79 p.p.) e pelos bens industriais não energéticos (1,6% e 0,42 p.p.).
A energia acumula variação de -3,7% no período e contribui com -0,62 p.p.
Apesar do forte resultado mensal, a taxa acumulada segue caindo influenciada por todos os segmentos, com exceção dos serviços, ponto positivo que evidencia o processo desinflacionário do bloco europeu possibilitado pelos juros recordes e desaceleração da atividade econômica.
Ao mesmo tempo, como ainda observamos taxas acumuladas bastante elevadas, especialmente no núcleo do indicador, e o bloco se provou mais resistente do que o esperado no último trimestre de 2023, entendemos que o primeiro corte de juros pode vir na reunião de junho.
Por fim, como o Fed deve emitir um parecer mais hawkish essa semana após dados fortes de inflação, esperamos reflexos negativos nos principais índices mundiais.