Inflação volta a aumentar na Europa

A inflação da Zona do Euro avançou 0,8% na prévia de fevereiro, ante janeiro, retomando as altas após 3 meses de deflação. Frente a fevereiro do ano passado, o indicador avançou 8,5%, desacelerando marginalmente do resultado de janeiro mas superando as projeções de queda a 8,2%. O núcleo do indicador passou de 5,3% para 5,6% na comparação anual, renovando a máxima histórica mais uma vez.

Espera-se que os alimentos, álcool e tabaco tenham a maior contribuição anual (15%), superando pela primeira vez em vários meses a energia (13,7%), resultado dos preços menores do gás natural e das medidas dos principais governos europeus para auxiliar com as contas de gás, eletricidade e aquecimento. Além disso, os bens industriais não energéticos (6,8%) e os serviços (4,8%) também devem acelerar em comparação a janeiro.

No mês, os alimentos, álcool e tabaco (1,6%) tiveram a variação mais expressiva. Em seguida vieram os serviços (0,9%) e os bens industriais não energéticos (0,8%). A energia recuou 1,1% em fevereiro, refletindo as novas quedas do gás natural e os auxílios fiscais.

De forma semelhante à inflação alemã, os preços dos países do euro permaneceram muito elevados apesar da redução drástica dos preços do gás natural nos últimos meses e das diversas ajudas que os países europeus criaram para amenizar o impacto dos preços altos sobre os consumidores, principalmente no âmbito da energia.

Portanto, vemos o resultado da inflação em linha com os demais indicadores, apontando para a manutenção do discurso hawkish do BCE e mais aumentos de juros durante o 1S23, bem como a manutenção da taxa básica no topo da curva até o fim do ano em uma tentativa de conter a inflação, consequentemente acarretando em mais desaceleração econômica no médio e longo prazo.

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