IPCA-15 acelera com gasolina mais cara

Em setembro, o IPCA-15 teve alta de 0,35%, 0,07 p.p. acima da taxa registrada em agosto. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,74% e, em 12 meses, de 5,00%, acima dos 4,24% nos 12 meses imediatamente anteriores.

Seis dos nove grupos pesquisados registraram alta em setembro. Novamente, a maior variação e o maior impacto vieram dos Transportes (2,02% e 0,41 p.p.). Outras variações positivas vieram da Habitação (0,3% e 0,05 p.p.) e das Despesas pessoais (0,35% e 0,04 p.p.).

Do lado negativo, a Alimentação e bebidas (-0,77% e -0,16 p.p.) se destacou, seguida por Artigos de residência (-0,47% e -0,02 p.p.) e Comunicação (-0,15% e -0,01 p.p.).

No grupo Transportes, a gasolina (5,18%) foi o subitem de maior impacto individual no índice, refletindo o reajuste de preços promovido pela Petrobras. Além disso, o óleo diesel (17,93%), também impactado pelo reajuste, e o gás veicular (0,05%) tiveram alta, enquanto o etanol (-1,41%) recuou.

Na Habitação, a energia elétrica residencial (0,66%) voltou a puxar o grupo, influenciada pelo reajuste de 9,4% em Belém. No mais, a água e esgoto (0,12%) subiu em função do reajuste de 5,02% em Brasília, e o gás encanado (-0,46%) caiu graças às reduções tarifárias em Curitiba (-1,47%) e no Rio
de Janeiro (-0,84%).

Entre os negativos, o grupo Alimentação e bebidas foi influenciado principalmente pelos preços menores da alimentação no domicílio (-1,25%). Os alimentos que mais contribuíram com o recuo foram a batata-inglesa (-10,51%), a cebola (-9,51%) e o feijão-carioca (8,13%).

Entre as altas destacam-se o arroz (2,45%), as frutas (0,4%) e o limão (32,2%). Já a alimentação fora do domicílio (0,46%) acelerou em relação ao mês passado, resultado das altas no lanche (0,74%) e na refeição (0,35%).

Apesar da aceleração em relação ao mês anterior, o resultado de setembro ainda ficou abaixo das expectativas do mercado, algo que é positivo. Ao mesmo tempo, a quarta deflação consecutiva dos alimentos, componente que vinha pesando bastante no índice e prejudicando o consumo, é
mais um ponto positivo a ser destacado.

Por outro lado, com a alta recentes do petróleo, existe a possibilidade de vermos mais reajustes nos preços dos combustíveis para diminuir a defasagem
em relação aos preços internacionais.

Isso em conjunto com os impactos esperados pelo El Niño contribuiria para mais retomadas das pressões inflacionárias. Contudo, no momento ainda vemos um cenário de inflação mais controlada e a retomada recente das pressões de preços não devem afetar a trajetória da política monetária.

[Fonte: Benndorf Research]
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