IPCA-15 no Brasil traz bons sinais e Copom pode manter juros

O IPCA-15 de agosto foi de 0,19%, em linha com as expectativas de 0,2%. No acumulado em 12 meses, o índice perdeu força e passou de 4,45% para 4,35%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em agosto, com destaque para os Transportes (0,83% e 0,17 p.p.), que teve a maior variação e impacto. Nasequência vieram a Educação (0,75% e 0,05 p.p.) e Despesas pessoas (0,43% e 0,04 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais (0,27% e 0,04 p.p.). O único grupo a recuar foi o de Alimentação e bebidas (-0,8% e -0,17 p.p.).

No grupo de Transportes, o resultado foi influenciado principalmente pela gasolina (3,33% e 0,17 p.p.), algo que ainda está relacionado ao reajuste da Petrobras em julho. Os demais combustíveis (3,47%) também apresentaram alta. Etanol (5,81%), gás veicular (1,31%) e óleo diesel (0,85%). Por outro lado, as passagens aéreas (-4,63% e -0,03 p.p.) recuaram.

Já no grupo Educação, os cursos regulares subiram 0,77% principalmente por conta do subitem ensino superior (1,13%) e ensino fundamental (0,57%). A alta dos cursos diversos (0,47%) foi causada principalmente pelos cursos de idiomas (0,96%).

Em Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio (-1,3%) registrou o segundo mês consecutivo de queda e em ritmo mais acelerado do que o registrado em julho (-0,7%). Os alimentos que mais contribuíram para essa queda foram o tomate (-26,59%), a cenoura (-25,06%) e a batata-inglesa (-13,13%). A alimentação fora do domicílio (0,49%) acelerou em relação ao resultado anterior (0,25%) em razão das altas mais intensas do lanche (0,76% x
0,24%) e da refeição (0,37% x 0,23%).

A tendência é que a inflação cheia de agosto seja mais leve do que a registrada no IPCA-15, visto que os impactos do reajuste da gasolina pela Petrobras tendem a ser menores já que não serão mais contabilizados dias do mês de julho. Além disso, o segundo mês de alívio consecutivo dos alimentos também é um dado positivo e que reforça nossa tese de inflação dentro do intervalo da meta em 2024. Por fim, caso tenhamos a confirmação de uma inflação mais leve em agosto e uma desaceleração do acumulado em 12 meses, bem como uma pressão reduzida no núcleo do índice, acreditamos que o Copom pode manter a taxa de juros inalterada na reunião de setembro, algo que deve colaborar ainda mais para o rali da bolsa brasileira e pode gerar novas quedas nas curvas de juros futuros.

 

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