O IPCA-15 foi de 0,28% em agosto, retomando as variações positivas após deflação de 0,07% em julho. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,38% e, em 12 meses, de 4,24%, acima dos 3,19% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Dos nove grupos pesquisados, sete tiveram alta em agosto, com destaque para a Habitação (1,08% e 0,16 p.p.), Saúde e cuidados pessoais (0,81% e 0,11 p.p.) e Educação (0,71% e 0,04 p.p.). As quedas ficaram com Alimentação e bebidas (-0,65% e -0,14 p.p.) e Vestuário (-0,03% e 0 p.p.).
Como já havíamos comentado no resultado de julho, o grupo Habitação voltou a subir em função da energia elétrica residencial (4,59% e 0,18 p.p.), que foi impactada pelo fim da incorporação do Bônus Itaipu. Além disso, reajustes em Curitiba, Porto Alegre e São Paulo também contribuíram para o avanço.
Já em Saúde e cuidados pessoais, a expansão resulta dos itens de higiene pessoal (1,59%), sendo os produtos para pele (8,57%) e os perfumes (2,94%) os itens de maior impacto. Em Educação, os cursos regulares (0,74%) lideraram o aumento de preços, seguidos pelos cursos diversos (0,06%).
No mais, a alta de 0,23% nos Transportes pode ser atribuída aos preços dos automóveis novos (2,94%), que voltaram a subir com o fim do programa de incentivo do governo. Também houve contribuição dos combustíveis (0,46%), em especial da gasolina (0,9%) e do gás veicular (1,88%).
Já a queda em Alimentação e bebidas deve-se, principalmente, à deflação da alimentação no domicílio (-0,99%). Os alimentos de maior relevância no período foram a batata-inglesa (-12,68%), o tomate (-5,6%) e o frango em pedaços (-3,66%). A alimentação fora do domicílio teve alta de 0,22%.
A alta do IPCA-15 de agosto já era esperada e é causada especialmente pelo fim dos benefícios que estavam vigentes em meses anteriores.
O ponto positivo desse resultado é o terceiro mês consecutivo de deflação dos alimentos, componente que estava pesando bastante sobre o índice antes das quedas e é um dos que mais prejudica o consumo, tendo em mente sua inelasticidade.
Além dos impactos já mostrados no IPCA-15, esperamos que o IPCA também seja afetado pelo aumento dos preços dos combustíveis promovido pela Petrobras. Dito isso, esperamos um resultado um pouco mais expressivo do IPCA e os próximos meses também devem trazer impactos do El Niño, mas sem comprometer o ciclo de queda dos juros.