O IPCA-15 de julho foi de 0,3%, 0,09 p.p. abaixo da taxa registrada em junho. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou 4,45%, acima dos 4,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em julho, com destaque para os Transportes (1,12% e 0,23 p.p.), Habitação (0,49% e 0,07 p.p.). As quedas ficaram com as atividades de Alimentação e bebidas (-0,44% e -0,09 p.p.) e Vestuário (-0,08% e 0 p.p.).
No grupo Transportes, as passagens aéreas (19,21% e 0,12 p.p.) foram o item de maior variação e impacto. Já os combustíveis (1,39%) avançaram puxados pela gasolina (1,43%), etanol (1,78%) e óleo diesel (0,09%), enquanto o gás veicular (-0,25%) registrou queda de preços.
Já a Habitação foi influenciada, principalmente, pela energia elétrica residencial (1,2% e 0,05 p.p.) após a bandeira amarela começar a vigorar em julho. Também houve reajuste tarifário de 6,76% em Belo Horizonte e -2,43% em São Paulo.
Por fim, o grupo Alimentação e bebidas registrou queda nos preços após oito meses seguidos de alta. No período, a alimentação no domicílio (-0,7%) contraiu, puxada pela cenoura (-21,6%), tomate (-17,94%), cebola (-7,89%) e frutas (-2,88%). A alimentação fora do domicílio (0,25%) desacelerou em relação a junho (0,59%).
Como já era esperado, observamos um IPCA-15 no limite da banda superior da meta de inflação, fato que contribui para manter o Copom mais defensivo e a taxa de juros em patamar bem restritivo. Nesse sentido, podemos esperar algum impacto na atividade econômica do país, que também deve ser prejudicada pelo corte de gastos que será realizado pelo governo, mas o IPCA tende a fechar 2024 dentro do intervalo da meta após essas medidas.