O IPCA foi de 0,16% em março, desacelerando dos 0,83% de fevereiro e ficando abaixo das perspectivas do mercado de 0,25%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 3,93%, abaixo dos 4,5% registrados anteriormente.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em março, com destaque para a Alimentação e bebidas (0,53% e 0,11 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais (0,43% e 0,06 p.p.). Entre os negativos, os Transportes (-0,33% e -0,07 p.p.) foram o grupo de maior impacto.
No grupo Alimentação e bebidas houve nova alta na alimentação no domicílio (0,59%), mas mais leve do que a registrada em fevereiro.
Os itens de variação mais expressiva foram a cebola (14,34%), o tomate (9,85%), e o ovo de galinha (4,59%), sendo os dois primeiros ligados aos fatores climáticos e o último relacionado ao período de Páscoa. A alimentação fora do domicílio (0,35%) também desacelerou em relação ao resultado anterior.
Já o grupo Saúde e cuidados pessoais foi puxado pelos planos de saúde (0,77%) novamente em função dos reajustes de preços praticados no início de cada ano. Outro segmento que influenciou o resultado foi o de os produtos farmacêuticos (0,52%).
Por fim, entre os Transportes, a queda no preço da passagem aérea (-9,14%) unida com a alta menor dos combustíveis (0,17%) gerou queda no índice no mês de março. Entre os combustíveis, o etanol (0,55%) e a gasolina (0,21%) subiram enquanto o gás veicular (-2,21%) e o óleo diesel (-0,73%) registraram recuo nos preços.
A desaceleração mais forte do que o esperado do IPCA em março reafirma a trajetória de inflação controlada nesse início de ano apesar de resultados mais expressivos em janeiro e fevereiro.
De todo modo, nos mantemos atentos com a inflação de serviços, que se tornou um ponto de atenção para o Copom em meio ao cenário interno mais robusto favorecido pelos salários mais altos e consumo das famílias.