IPCA no Brasil atinge limite superior da meta de inflação

O IPCA de julho foi de 0,38%, ficando 0,17 p.p. acima do resultado de junho e 0,03 p.p. acima da taxa esperada pelo mercado. No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 4,50%, acima dos 4,23% observados nos 12 meses imediatamente anteriores e atingindo o limite superior da meta de inflação.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta, com destaque para Transportes (1,82% e 0,37 p.p.). Na sequência, veio o grupo Habitação (0,77% e 0,12 p.p.) e Despesas pessoais (0,52% e 0,05 p.p.). Do lado negativo ficaram os Alimentação e bebidas (-1% e -0,22 p.p.) e Vestuário (-0,02% e 0,00 p.p.).

No grupo Transportes, a maior variação veio da passagem aérea (19,39%) mais uma vez, algo que pode ser atribuído às férias escolares, enquanto o maior impacto veio da gasolina (3,15% e 0,16 p.p.), que contou com reajuste da Petrobras no período. Em relação aos combustíveis (3,31%), o etanol (5,9%) e o óleo diesel (1,09%) apresentaram aumento de preços, enquanto o gás veicular (-0,2%) registrou queda.

Na Habitação, o resultado foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica residencial (1,93% e 0,08 p.p.) em função da bandeira amarela que passou a vigorar em julho. Além disso, houve redução média de -2,43% nas tarifas de uma das concessionárias de São Paulo a partir de 4 de julho.

Do lado negativo, em Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio caiu 1,51% após nove meses consecutivos de alta. Foram observadas quedas dos preços do tomate (-31,24%), da cenoura (-27,43%), da cebola (-8,97%), da batata inglesa (-7,48%) e das frutas (-2,84%). No lado das altas se sobressaíram o café moído (3,27%), o alho (2,97%) e o pão francês (0,67%). A alimentação fora do domicílio (0,39%) registrou variação próxima do mês passado (0,37%).

Como já esperávamos, o resultado do IPCA atinge o limite superior da meta de inflação, fato que contribui para manter o Copom mais defensivo e a taxa de juros em patamar bem restritivo. Nesse sentido, podemos esperar algum impacto na atividade econômica do país, que também deve ser prejudicada pelo corte de gastos que será realizado pelo governo, mas seguimos com previsão de IPCA dentro do intervalo da meta ao final de 2024 após essas medidas e um discurso bastante hawkish do Copom na última reunião. Reiteramos, também, que nesse momento não esperamos alta na taxa de juros nacional.

 

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