O IPCA subiu 0,23% em agosto, 0,11 p.p. acima da taxa de 0,12% registrada em julho. No ano, o IPCA acumula alta de 3,23% e, nos últimos 12 meses, de 4,61%. O resultado ficou levemente abaixo das expectativas de alta de 4,67%.
Nove dos seis grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta, sendo que os maiores impactos vieram de Habitação (0,17 p.p.), Saúde e cuidados pessoais (0,08 p.p.) e Transportes (0,07 p.p.). Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas (-0,18 p.p.) caiu pelo terceiro mês consecutivo.
No grupo Habitação (1,11%), a maior contribuição (0,18 p.p.) veio da energia elétrica residencial (4,58%), influenciada pelo fim da incorporação do Bônus Itaipu nas faturas. Além disso, reajustes em Vitória (3,2%), Belém (9,4%), São Luís (10,43%) também influenciaram o resultado.
Já a aceleração no grupo Saúde e cuidados pessoais (0,58% x 0,26%) foi causada pelos itens de higiene pessoal (0,81% x -0,37% em julho), com destaque para produtos para pele (4,5%) e perfumes (1,57%).
Nos Transportes (0,34%), destacam-se as altas dos automóveis novos (1,71%) e da gasolina (1,24%), sendo que a primeira resulta do fim dos benefícios do governo para a venda de automóveis, e a segunda foi causada pelo reajuste de preços da Petrobras.
Os combustíveis avançaram 0,87%, com o óleo diesel avançando 8,54%, enquanto o etanol (-4,26%) e o gás veicular (-0,26%) caíram. Por outro lado, o recuo do grupo Alimentação e bebidas (-0,85%) deve-se principalmente à redução dos preços da alimentação no domicílio (-1,26%).
Entre os alimentos, destacam-se a batata-inglesa (-12,92%), o feijão-carioca (-8,27%) e o tomate (-7,91%). No lado das altas, se sobressaíram o arroz(1,14%) e as frutas (0,49%). A alimentação fora do domicílio (0,22%) ficou praticamente estagnada em relação ao mês anterior.
Como havíamos comentado no resultado do IPCA-15, a alta de agosto já era esperada e é causada especialmente pelo fim dos benefícios que estavam vigentes em meses anteriores e pelo reajuste no preço dos combustíveis pela Petrobras.
Ao mesmo tempo, o terceiro mês consecutivo de deflação dos alimentos é um ponto positivo e que diminui a pressão sobre os consumidores.
Para os próximos meses, o El Niño pode impactar as soft commodities e causar novos aumentos nos preços dos alimentos, mas entendemos que a trajetória dos juros não será afetada.
A inflação mais contida, em conjunto com a queda do desemprego, os cortes de juros e o aumento do nível de atividade são fatores que beneficiam o consumo, como destacado em nossa posição em IGTI11 nas carteiras Absolute.