O IPCA de setembro avançou 0,26% em setembro, menos do que as expectativas de 0,34% do mercado. Em relação a setembro de 2022, a alta foi de 5,19%, acelerando em comparação com os 4,61% anteriores mas também ficando aquém das projeções de 5,27% do mercado.
Os preços de seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta, com destaque para os Transportes (1,4% e 0,29 p.p.) e Habitação (0,47% e 0,07 p.p.). Entre as quedas, novamente a Alimentação e bebidas (-0,71% e -0,15 p.p.) se sobressaiu, confirmando o *quarto recuo consecutivo.
Novamente, o grupo Transportes foi influenciado principalmente pela alta da gasolina (2,8% e 0,14 p.p.), que pode ser atribuída ao reajuste de preços promovido pela Petrobras. O item combustíveis subiu 2,7%, puxado pelo óleo diesel (10,11%) – também impactado pelo reajuste – e pelo gás veicular (0,66%), enquanto o etanol caiu 0,62%.
Ainda em Transportes, as passagens aéreas avançaram 13,47%, se recuperando do recuo de 11,69% em agosto. Já no grupo Habitação, a maior contribuição (0,04 p.p.) veio da energia elétrica residencial (0,99%) em função de reajustes em três áreas de abrangência do índice: São Luís (10,74%), Belém (3%) e Vitória (0,65%).
Por outro lado, a queda do grupo Alimentação e bebidas resulta principalmente dos preços menores na alimentação no domicílio (-1,02%). Os alimentos que mais recuaram no período foram a batatainglesa (-10,41%), a cebola (-8,08%) e o ovo de galinha (-4,96%). Entre as altas, o arroz (3,2%) e o tomate (2,89%) lideraram.
A alimentação fora do domicílio teve alta de 0,12%, desacelerando dos 0,22% do mês anterior, com os avanços da refeição (0,13%) e do lanche (0,09%). A alta mais leve do IPCA é uma notícia muito positiva e que reforça a tendência de maior controle inflacionário mesmo com os reajustes nos itens mais voláteis da pesquisa.
Por outro lado, com a alta do petróleo causada pela guerra em Israel, devemos nos manter atentos para a possibilidade da commodity seguir em alta e levar a mais um reajuste por parte da Petrobras, fato que teria novo impacto sobre a inflação e geraria algum impacto nas curvas de juros, bem como poderia afetar a
postura do Copom. Dito isso, de momento mantemos a expectativa de mais dois cortes de 0,5
p.p. na taxa de juros brasileira, como já sinalizado pela autoridade monetária.