IPP americano vem em linha com perspectivas mais cautelosas

O Índice de Preços ao Produtor americano voltou a subir em janeiro ao registrar variação de 0,3% entre meses. Em relação a janeiro de 2023, o índice acumula alta de 0,9%, bem abaixo da meta de inflação estabelecida pelo Fed.

O núcleo do IPP registrou alta de 0,5% em comparação a dezembro, configurando o avanço mais expressivo em 6 meses. No acumulado de 12 meses o núcleo ganhou ritmo e passou de 1,8% para 2%.

A alta de janeiro pode ser explicada ao aumento de 0,6% nos preços dos serviços, variação mais expressiva desde julho do ano passado. Por outro lado, os preços dos bens recuaram 0,2% no período.

Grande parte do resultado dos serviços pode ser atribuído a alta de 2,2% no atendimento ambulatorial hospitalar. Outros índices que subiram foram os químicos, maquinário, gerenciamento de portfólio, serviços de hospedagem e serviços legais.

Entre os bens, a queda pode ser explicada pelo recuo de 1,7% do índice de energia, com destaque para a contração de 3,6% da gasolina.

Além disso, os índices de energia elétrica, oleaginosas, carnes, etanol e sucata de ferro e aço também
apresentaram diminuição. Assim como na inflação aos consumidores, o IPP mostra os sinais de força da economia americana bastante concentrados no setor de serviços.

Ao mesmo tempo que a inflação na indústria já convergiu para a meta do banco central americano, especialmente quando avaliamos o índice amplo, é importante ressaltar que os preços se mostram persistentes nos patamares atuais e isso vai na contramão do último discurso de Powell, que afirmou que os oficiais do Fomc gostariam de observar uma continuação da desinflação de bens e serviços para que houvesse mais confiança para então iniciar o ciclo de cortes de juros.

Dito isso, observamos dados em linha com a posição mais cautelosa do Fed e um início do ciclo de cortes mais demorado do que antecipado inicialmente.