O Índice de Preços ao Produtor dos Estados Unidos avançou 0,6% em fevereiro, superando as projeções do mercado e o resultado de janeiro, ambos indicando variação de 0,3%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 1,6%, maior alta desde setembro do ano passado.
O núcleo do IPP teve variações de 0,4% m/m e 2,8% a/a. Em fevereiro, quase 66% do resultado pode ser atribuído a alta dos preços dos bens de demanda final (1,2%), que registraram o maior avanço desde agosto. Os preços dos serviços avançaram 0,3%.
Quase 70% da alta do índice de bens pode ser atribuída ao índice de energia (4,4%), que avançou puxado pela alta de 6,8% nos preços da gasolina. Os índices de óleo diesel, ovos de galinha, combustível de avião, carne vaca e vitela e produtos de tabaco também subiram. Os índices de sucata de ferro e aço e asfalto caíram.
Entre os serviços, o índice de serviços menos comércio, transporte e armazenamento teve alta de 0,5% e o índice de transporte e armazenamento avançou 0,9%. Por outro lado, as margens do setor caíram 0,3%. Cerca de 25% da alta dos serviços em fevereiro pode ser atribuída aos preços de serviços de hospedagem. Outras altas vieram de atendimento ambulatorial, passagens aéreas e empréstimos.
A variação expressiva do IPP é um sinal bastante ruim e que vai na contramão das expectativas do
Fed.
Em conjunto com os dados ainda fortes de atividade e da inflação aos consumidores, as dúvidas crescem sobre a possibilidade do ciclo de cortes de juros iniciar em junho e há a possibilidade do banco central americano alongar ainda mais o ciclo atual de política monetária, algo que pode impactar os mercados e curvas de juros futuros dos EUA.
Dito isso, de momento mantemos junho como o período para a virada de ciclo e ainda vemos o otimismo elevado como fator decisivo para as bolsas manterem a tendência positiva no curto prazo.