O Índice de Preços ao Produtor brasileiro registrou alta de 1,11% em setembro, variação mais expressiva desde julho do ano passado e segundo mês positivo consecutivo. O acumulado no ano foi de -5,43%, o menor para um mês de setembro desde o início da série, em 2014. O acumulado em 12 meses ficou em -7,92%.
Em setembro, 13 das 24 atividades pesquisadas tiveram alta de preços. Os principais destaques positivos foram o refino de petróleo e biocombustíveis (0,85 p.p.), as indústrias extrativas (0,19 p.p.) e os outros produtos químicos (0,12 p.p.). Do lado negativo se sobressaem as bebidas (-0,13 p.p.).
O impacto do refino de petróleo e biocombustíveis está ligado ao preço do óleo bruto de petróleo, que vinha em alta nos últimos meses em função da redução da oferta e segue pressionado em função da guerra em Israel. Do mesmo modo, as indústrias extrativas também subiram em razão da alta da commodity.
Já os outros produtos químicos estão associados às dinâmicas setoriais dos últimos meses e internalizando movimentos dos mercados internacionais, especialmente na petroquímica.
Os destaques no acumulado de 12 meses são os outros produtos químicos (-2,44 p.p.), refino de petróleo e biocombustíveis (-2,28 p.p.), alimentos (-1,52 p.p.) e metalurgia (-0,71 p.p.).
Como fica visível, a alta do petróleo causada pela redução da oferta é o principal fator de impacto nos preços das atividades industriais brasileiras. Em meio ao cenário de tensão crescente no Oriente Médio e uma provável invasão terreste da Faixa de Gaza pelo exército israelense, combinado com a oferta reduzida de petróleo no mundo todo, entendemos que a pressão sobre a commodity permanecerá elevada no curto prazo, favorecendo novas altas do IPP.
De todo modo, o índice ainda acumula variações negativas recordes e não representa uma ameaça para a trajetória dos juros brasileiros, o que nos leva a manter perspectivas otimistas para os juros e o consumo, principalmente.