Em julho de 2024, o IPP apresentou variação de 1,58%, sexta alta consecutiva e no ritmo mais acelerado desde maio de 2022. No ano, o acumulado foi de 4,18%, e em 12 meses o acumulado foi de 6,63%, máxima de 22 meses.
Entre as 24 atividades, 21 tiveram alta em relação ao mês anterior. As variações mais expressivas vieram de metalurgia (4,47%); papel e celulose (3,79%); indústrias extrativas (3,48%); e refino de petróleo e biocombustíveis (2,83%). Os impactos mais relevantes vieram do refino de petróleo e biocombustíveis (0,29 p.p.), metalurgia (0,28 p.p.), alimentos (0,21 p.p.) e indústrias extrativas (0,17 p.p.).
O impacto do refino de petróleo e biocombustíveis pode ser atribuído ao preço mais alto da gasolina em função do reajuste da Petrobras e pela alta do álcool, que teve maior demanda. Já o da metalurgia se deu principalmente pela alta dos minerais não metálicos, em especial o alumínio e o ouro, nas cotações internacionais. Ao mesmo tempo, os alimentos subiram influenciados pelo suco de laranja e pelo açúcar VHP, produtos exportáveis e que ainda possuem uma demanda externa aquecida. Por fim, as indústrias extrativas foram puxadas pelo petróleo e pelo minério de ferro, e sofreram influência da desvalorização cambial.
A forte alta do IPP se torna mais um fator de preocupação para o cumprimento da meta inflacionária nacional e que certamente deve ser um dos pontos a balizar a condução da política monetária em setembro. Apesar disso, também é fato que grande parte da variação mensal foi causada pelo reajuste de preços da Petrobras, algo que não irá se repetir nos próximos meses. Ainda assim, reiteramos a necessidade de atenção para possíveis impactos na ponta final, principalmente com a atividade econômica mais forte e o desemprego baixo. Sendo assim, já vemos reflexos negativos nas curvas de juros futuros e na bolsa nacional.