Os analistas Max Bohm e João Tonello compartilharam suas visões sobre o desempenho de AZEV4, POSI3, DVMF3, VIVT3, SOJA3 e BLAU3 na live do Ação e Reação desta semana, realizada na última segunda-feira (08), no canal da Nomos TV.
Azevedo e Travassos [AZEV4]
Call de compra
Segundo Max, se AZEV4 conseguir operar bem o braço de petróleo, terá um valor gritante, maior que o de construção e concessões. Ele menciona ainda que Nelson Tanure, quem levou a Prio [PRIO3] para os níveis atuais, está no conselho, o que é um ponto positivo.
Também com opinião positiva sobre o papel, Tonello aponta que o movimento está bonito, inflexionando em cima de suporte e ganhando média. No diário, a barra vermelha é ignorada. O analista indica compras.
O stop é “salgado”, com 22,5%, em R$ 1,19, “um pouquinho caro”. Já o alvo fica em R$ 1,99, ganhando 25%. “Tem que entrar com a mão leve, porque o stop é alto”, pontuou.
Positivo [POSI3]
Esperar momento
Além de POSI3 já subir 50% neste ano, Max pontua que é um papel “muito” barato, negociando a 3,3 EV/Ebitda – relaciona o valor da companhia (EV) e o seu Ebitda (geração de caixa) –, 4,3 vezes Preço/Lucro (P/L) – relação entre o preço atual de uma ação dividida pelo lucro por ação desse ativo –, e Preço/Valor Patrimonial (P/VP) – relação entre preço de mercado da ação com o seu valor patrimonial.
Ao mesmo tempo, o ativo paga yield de 5%, acima da média da bolsa.
O analista afirma que, se POSI3 tiver potencial de andar mais graficamente, mesmo com a alta acumulada em 2024, ele sugere compra por fundamento.
Em resposta, Tonello explica que o padrão exibido nos gráficos atualmente não é bom para compras. O analista aponta que a ação disparou e ficou forte no gráfico semanal, fez movimento de absorção e bateu em uma região de forte resistência.
O analista acredita que, apesar de já ter andado, tenha espaço, mas também pode fazer algum tipo de correção, andando de lado por meio de movimentos mais voláteis.
“Caso POSI3 tente romper R$ 11,33, aí sou comprador”, disse.
D1000 [DMVF3]
Esperar momento
DMVF3 sobe 13,5% em 2024. Segundo Max, o papel está “bem largado”, negociando a 0,60 vezes P/VP.
Por efeito de comparação, o analista cita Panvel [PNVL3], que é um dos papéis mais baratos do setor de farmácia, negociando a 1,3 vezes P/VP. Ou seja, DMVF3 está menos da metade de PNVL3.
“Por fundamento é compra”, ressaltou.
Simultaneamente, Tonello destaca que D1000 tem um dos gráficos mais complexos deste momento, pois existem diversos sinais de movimentos de alta no ativo, mas também de movimentos de exaustão, tornando difícil uma previsão do que pode acontecer.
Entre alguns cenários, DMVF3 pode estar iniciando uma figura chamada bump and run reversal – quando o preço faz uma curva acentuada e sai da linha de tendência em direção à tendência principal, e depois refaz o movimento e finalmente rompe a linha de tendência anterior, desencadeando uma nova tendência. Atualmente, o ativo estaria passando pelo bump – fase mais forte da alta.
Geralmente, isso acontece com papéis que prometem ou possuem valuations muito baixos em relação aos seus pares e, por algum motivo, retornam ao mercado, acelerando muito seus preços.
O analista explica que, caso aconteça dessa forma, a ação não irá perder essa LTA – linha de tendência de alta –, continuando a movimentação ascendente, “firme e forte”.
Por outro lado, se o ativo estiver fazendo uma figura de cunha de continuidade de baixa, a cunha marcaria os três topos, além de uma movimentação de afunilamento da movimentação de volatilidade, na qual teria um mastro, perda de volatilidade, aceleração de volatilidade e aceleração para baixo novamente.
“Então, ele tem uma figura muito forte de alta, uma possível de queda, e espaço de réplicas para tentar buscar umas partes mais altas”, pontuou.
Na tentativa de um investimento cauteloso, ele sugere compras assim que o papel fechar o gráfico diário acima de R$ 7,00.
Telefônica [VIVT3]
Não é momento
VIVT3 está caindo 3% no ano. A companhia irá reduzir capital, pagando mais dividendos, segundo Max. A expectativa é entre 8% a 10% de yield esse ano.
“A empresa gera muito caixa, e não precisa daquele patrimônio líquido robusto que tem, então vai distribuir dividendos ao longo deste ano”, frisou.
Por negociar a 4,4 vezes EV/Ebitda, o analista considera VIVT3 um papel barato e interessante para quem busca uma carteira de renda, indicando compra por fundamento.
Nos gráficos, entretanto, Tonello destaca que não é momento.
“Enquanto o ativo não trabalhar acima de R$ 53,00, que já foi um ponto de inflexão muito forte diversas vezes, eu não compro”, ponderou.
Boa Safra [SOJA3]
Não é momento
Max destaca que SOJA3 chegou a cair mais de 3% ontem, mas que segue sendo um “papelzaço”, pois é uma empresa redonda, ganhando marketshare, com espaço.
Para ter caído na segunda, o analista explica que pode sair alguma notícia nos próximos dias, que ele acredita ser uma oferta de ações em torno de R$ 200 milhões.
“De toda forma, em dia de alta da Bolsa, com outros papéis do agronegócio subindo, é estranha essa queda de 3%”, apontou.
Graficamente, Tonello afirma que SOJA3 está montando um topo duplo – figura de reversão relativamente forte –, mas o ativo tem chance de se defender na região de R$16,70.
Caso aconteça um movimento de retomada perto dessa região, o analista diz ter bons olhos para compras. Porém, por enquanto, a ação tem topo duplo, em movimento de retorno para perder a região importante de R$ 16,40, e pode buscar o início do movimento de alta, que é R$ 15,40.
“R$ 15,40 seria legitimamente tomador do ativo, apesar de achar difícil chegar lá”, argumentou.
Blau [BLAU3]
Não é momento
BLAU3 está caindo 26% este ano, e 50% em 12 meses, se tornando um papel cada vez mais barato, o que chama a atenção de Max por fundamento.
Com ambiente competitivo mais acirrado, ele prossegue, a companhia perdeu muita margem, saindo de 30% para 17%. O analista espera um ponto de inflexão.
“Quando esse ponto de inflexão aparecer, pode ser uma bela compra por fundamento”, frisou.
Tonello, entretanto, não vê o ativo com bons olhos nos gráficos. Ele afirma que BLAU3 não teve força nem para tentar romper, formando uma outra LTB – linha de tendência de baixa –, e passou a andar em um nível mais baixo.
“Até o ativo inflexionar, romper a LTB nesse ritmo mais forte, não vejo o que fazer. Esse rompimento vai ser resultado”, concluiu.
Assista à live completa: