Max e Tonello dão possível gatilho de compra para DESK3

Os analistas Max Bohm e João Tonello compartilharam suas visões sobre o desempenho de DESK3, LWSA3, LJQQ3, SLCE3, SBTP3 e BRBI11 na live do Ação e Reação desta semana, realizada na última segunda-feira (25), no canal da NomosTV. 

Desktop [DESK3]

Esperar momento

A empresa é focada em banda larga de fibra óptica atua no interior e na região litorânea de São Paulo, ou seja, uma região que tem um ticket médio bem elevado. Por isso, Desktop tem a maior margem dentre as empresas de banda larga. 

Max acrescenta que a companhia cresce bastante na base de assinantes, o que talvez seja um grande problema para a Unifique [FIQE3], que, apesar de ser “bem mais barata” que Desktop em múltiplos, não consegue crescer no interior de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 

Desktop sobe 8% em 2024 e 93% nos últimos 12 meses, negociando a 5 vezes EV/Ebitda – indicador que relaciona o valor da companhia e a geração de caixa –, e 9 vezes Preço/Lucro (P/L) – relação entre a cotação atual de uma ação e o lucro por ação gerado pela empresa em determinado período. 

Apesar de ser a mais cara do setor, Max diz que o custo do múltiplo não é tão alto, sendo “bem interessante para uma empresa que mostra um crescimento relevante”.

Graficamente, Tonello afirma que o ativo está fazendo rompimento de uma média de tendência, “que eu gosto bastante”. DESK3 andou e voltou para descansar nele, fez um novo rompimento e tentou perder a média indicada.

“Agora, o mercado está em cima de um momento perigoso, que é justamente aquele tipo de média azul”, explicou.

Sendo assim, Tonello sugere novas compras apenas quando o ativo chegar no fechamento diário acima de R$ 16,09, que classifica como mais seguro para entrar. Mesmo que DESK3 volte para a média, ele destaca que seria um topo descendente, então sugere esperar que o papel descanse sem retornar à média. “No rompimento, eu estou dentro dessa compra”, frisou.

LWSA [LWSA3]

Esperar momento

A companhia, que vende serviços, plataformas de e-commerce, serviços de pagamento para o varejo ou instituições financeiras, negocia a 11 vezes EV/Ebitda BIT e a 20 vezes Preço/Lucro, o que não é alto para um negócio de tecnologia, segundo Max. O ativo cai 2,5% no ano, e sobe 26% nos últimos 12 meses.

“É uma empresa bem posicionada nesse setor, e talvez seja uma das empresas que podem se beneficiar futuramente com inteligência artificial”, apontou.

Max destaca ainda que o resultado do 4T23 da LWSA mostrou um ponto de inflexão “interessante”, pois a margem da companhia voltou a crescer, chegando a registrar 20% de margem Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização dividido pela receita líquida. Para ele, esse pode ser um bom ponto de entrada por fundamento. 

“Se LWSA mostrar um resultado ainda melhor no primeiro trimestre, o mercado vai precificar  e puxar esse papel”, ressaltou. 

Nos gráficos, esse é um ativo típico que talvez não seja possível pegar quando andar, porque é mais forte e volátil. Tonello indica esperar um sinal comprador ou pelo menos um pivô com fechamento em máximas e rompimento do candle subsequente. 

O analista destaca ainda que o mercado está no mesmo preço desde o meio do ano passado e não há volatilidade. Além disso, o endereço comprador do ativo, que veio muito forte no começo, se dissipou completamente. 

Ele vê uma tendência para esse volume chamada TPV do ativo – valor bruto das transações processadas, incluindo todas as vendas realizadas por meios eletrônicos, sem deduzir estornos, devoluções ou descontos –, completamente abaixo quando comparado à primeira puxada. 

“Eu esperaria a virada do TPV e um fechamento diário acima de R$6,30”, ponderou.

Lojas Quero-Quero [LJQQ3]

Esperar momento

LJQQ3 é um dos papéis de small caps que mais caem em 2024, descendo 6%. A companhia negocia a 6 vezes EV/Ebitda, o que o torna um papel barato em termos de fundamento, segundo Max. 

Além disso, o ativo pode ser um dos maiores beneficiados da Selic abaixo de 10%, visto que Lojas Quero-Quero vende produtos que dependem de crédito, como eletrodomésticos e móveis.

Tonello demonstra que o ativo perdeu um pouco de força nos gráficos, e recuou depois da última puxada forte. No ponto anterior, ele não respeitou a média 34, mas no seguinte respeitou, que é uma média Fibonacci. 

O analista aponta que compras imediatas devem ser feitas apenas caso o investidor acredite no valuation do ativo, ou no rompimento da região de R$ 6,21, que irá confirmar a movimentação de cup and handle, fazendo o LJQQ3 andar mais forte para cima. 

“Por enquanto, vou esperar a ignição para colocar efetivamente dinheiro na operação”, frisou. 

SLC Agrícola [SLCE3] 

Esperar momento

SLCE sobe 4% no ano, e apenas 1% em 12 meses. “Isso me chama a atenção”, expõe Max. A companhia negocia a 6 vezes EV/Ebitda e paga 6% de yield. 

O analista pontua ainda que a grande produtora de soja, milho e algodão tem sofrido com o ambiente mais difícil do agronegócio, com preços caindo bastante, consequentes da margem da companhia e os efeitos do El Niño, que atua severamente no clima da região Centro-Oeste, Sul e Bahia.

No entanto, ele prossegue, ainda que SLC tenha passado por um primeiro trimestre complicado, mas a partir do segundo as coisas começam a normalizar, criando oportunidade para ter a ação com uma visão mais de longo prazo, entre 6 a 12 meses. 

“Sabendo que o curto prazo ainda vai ser muito desafiador, para quem tem uma visão mais de longo prazo é um belíssimo papel para ter em carteira”, destacou.

De acordo com Tonello, os gráficos apontam para a espera, visto que o ativo opera com o mesmo preço de março de 2021, o que torna difícil a previsibilidade da caminhada de SLCE3, devido a canais com aceleração e desaceleração para o mesmo lado, falta de configuração de deriva e congestão na movimentação na maior parte do tempo. 

Santos Brasil [SBTP3]

Não é momento

Max pontua que Santos Brasil, administradora de armazéns e terminais portuários, vem tendo uma ótima performance no ano, subindo 41% em 2024, e 77% em 12 meses, sendo bastante recomendada pelo BTG. O papel não é barato, negociando a 19 vezes P/L e 10 vezes EV/Ebitda. 

“É uma empresa bastante relevante nesse setor de atuação, com um grande potencial de crescimento, tendo em vista o volume de operações que o Brasil tem em seus portos”, ressaltou.

Por outro lado, o analista aponta que não teria SBTP3 por fundamento, pois acha que o ativo não tem upside relevante e é “muito esticado”. 

Nos gráficos, o ativo está em canal de alta consolidado, fazendo movimentação de alta com aumento de volume durante toda perna, e atingindo objetivo da alta, paralela a LTA – linha de tendência de alta.

BR Partners [BRBI11]

Não é momento

Nas últimas semanas, BRBI11 tem ficado para trás, segundo Max. O ativo sobe 4,3% no ano, acima do Ibovespa, mas “já esteve bem melhor”. 

A companhia negocia a 9 vezes P/L, com desconto em relação à seus pares, e é uma small cap que paga 7% de dividend yield, com distribuições trimestrais, o que é raro.

Tonello afirma que não há entradas no gráfico. “Apesar do ativo estar bonito para uma movimentação de alta, tenho receio dele trabalhar abaixo de 15,43%, pois está justamente nos pontos que tenta fazer movimento de repique para a compra”, destacou.

Mas, graficamente, não há entradas. “A gente estaria pegando um movimento mesmo de inflexão para tentar puxar ali para cima”, explicou. 

Caso o ativo feche abaixo de 15,43%, irá “stopar” bem rápido. 

Assista à live completa: