O Ibovespa opera em território positivo nesta quinta-feira (08), mas a queda em Nova York hoje é incapaz de sobrepor o ajuste do mercado interno ao rali da véspera em Wall Street. O índice se ajusta aos ganhos de ontem em NY e à valorização de ações ligadas a commodities.
O Ibovespa tem recuperação técnica, motivada principalmente pelo recuo nas taxas de juros futuros, após elevação na terça.
Com o surto de gripe aviária que atingiu uma granja avícola de Ohio, na região centro-oeste dos Estados Unidos, os frigoríficos recuam em bloco e figuram entre as principais baixas do índice.
O caso confirmado no fim de semana no condado de Defiance afetou cerca de 3 milhões de frangos, de acordo com o Departamento de Agricultura norte-americano, o USDA. A fazenda de ovos já iniciou o processo de abate de seu rebanho, disse o veterinário estadual Dennis Summers.
Os papéis da JBS (JBSS3), no topo das maiores quedas do índice, recuam 5,30%, seguida por Marfrig (MRFG3), que cai 3,95%.
As ações do GPA (PCAR3) também operam entre as maiores baixas, depois do grupo acelerar a abertura de lojas de proximidade, e prever a inauguração de até 300 lojas até 2024.
Passada a pressão trazida pela oferta bilionária de ações na semana passada, IRB (IRBR3) tenta se recuperar das quedas recentes nesta quinta-feira. O papel avançava 7,56%, quando entrou em leilão por oscilação máxima permitida, no topo das maiores altas do Ibovespa, e agora sobe 6,72%.
Vale lembrar que, há uma semana, com um teto de R$ 1,2 bilhão para aumentar o capital, o ressegurador definiu o preço das ações com base na quantidade de papéis vendidos, e não o contrário, como costuma ocorrer.
Os novos papéis foram vendidos a R$ 1 cada, com a emissão de 1,2 bilhão de ações. Os ativos chegaram à B3 na terça-feira (06), data da liquidação da oferta, dia em que o IRB fechou negociado a R$ 1,19, preço cerca de 20% superior ao da transação.
O dólar registra queda, mas segue oscilando ante o real, na contramão do mercado internacional. A moeda americana abriu em baixa, mas chegou a ensaiar alta após a decisão de política monetária na Europa.
No entanto, voltou a perder força ante o real. Segundo operadores, a queda é explicada por um ajuste nos preços de ontem, quando o mercado doméstico esteve fechado, mas é reforçada pelo fluxo cambial positivo.
🇧🇷 Ibovespa +0,14% (109.918)
💵 Dólar -0,54% (R$ 5,20)
Cotações registradas às 12h30
Commodities
O petróleo opera em alta firme, após a publicação do relatório semanal de estoques nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Energia, os estoques da commodity avançaram 8,84 milhões de barris na semana, bem acima da previsão de alta de 300 mil barris dos analistas.
Ontem, o petróleo sofreu tombo de mais de 5% em meio a preocupações sobre a perspectiva econômica global, depois de dados de exportação evidenciarem a desaceleração da China.
O minério de ferro encerrou em alta. O Bradesco BBI ressalta que a produção de aço na China cresce, mas a tendência para esse mercado ainda está nublado.
Os preços do minério de ferro variaram entre US$ 95 e US$ 100 a tonelada na semana passada, refletindo ainda pouca demanda, maiores estoques portuários da commodity, preços mais baixos do aço e uma nova rodada de restrições relacionadas à Covid-19 na China, diz o banco.
Por outro lado, o mercado espera alguma recuperação na demanda do minério suportada pela sazonalidade nas próximas semanas, completa.
O banco relembra ainda o cenário atual: a China segue com a política de Covid-zero e estende o bloqueio em Chengdu (sexta maior cidade do país), o PMI chinês de agosto subiu ligeiramente para 49,4 – mas ainda em território de contração -, enquanto o PMI do setor siderúrgico saltou 13,1 pontos básicos mês a mês para 46,1 (maior salto mês a mês desde 2011), e os preços do aço doméstico chinês caíram na semana passada.
🛢 Brent +1,22% (US$ 89,07)
🛢 WTI +1,96 (US$ 83,55)
🇨🇳 Minério de ferro +4,43% (US$ 100,62)